A LIBERDADE DO ENCONTRO

''Sem a liberdade para co-existirmos de forma harmoniosa e afetuosa ao lado daquele que escolhemos viver sempre próximo de nós, sem a liberdade para convivermos de maneira salutar e honesta com nossos semelhantes, sucumbimos nos vícios do egoísmo que, por sua vez, nos faz perder nas ciladas das neuroses de possessão ou de dependência. De fato, para o mistério do encontro, é imprescindível que transcendamos a nós mesmos, ou seja, que pairemos acima de nosso egocentrismo, reconhecendo o valor da graça que permeia as relações amorosas mais abissais e verdadeiras. É indispensável, portanto, que sempre haja uma livre decisão de abertura para que a presença indevassável do outro se comunique com o nosso ser. E, então, é possível que nos faça ficar mais atentos e solícitos à tonalidade de seus sentimentos, ideias, apelos ou atitudes. Essa reflexão acerca do encontro e de uma relação autêntica, me faz recordar uma frase emblemática do filósofo alemão Martin Buber, na sua obra-prima, Eu e Tu, onde desenvolve uma perspectiva sobre a ontologia da relação: ''A finalidade da relação é o seu próprio ser, ou seja, o contato com o Tu. Pois no contato com cada TU, toca-nos um sopro de vida eterna.". Sem dúvidas, basta estabelecer um relacionamento verdadeiro e profundo com o meu semelhante para intuir que nele mora uma sede de infinito e uma ânsia de eternidade.''

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 24/09/2017
Código do texto: T6123714
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.