GLOSA SEM SOMBRA

Cortaram a velha ingazeira

Agrediram o jatobá

Queimaram o pé de cajá

E prostraram a gameleira

Que havia no fim da feira

Enfeitando a natureza

Atacaram a boniteza

Ação quase suicida

Quem corta a árvore florida

Comete uma malvadeza.

Meu pé de laranja lima

Meu pé de jacarandá

A flor do maracujá

Chora a flora e se lastima

Vida não se reanima

Após tamanha vileza

Diante dessa fraqueza

O ser humano intimida

Quem corta a árvore florida

Comete uma malvadeza.

“Não corte a árvore, meu pai”

Disse o grande vate Augusto

E eu repito com susto

Que um dia a casa cai

Fica nesse vai, não vai

O deserto é uma certeza

Porque toda natureza

Já está comprometida

Quem corta a árvore florida

Comete uma malvadeza.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 16/07/2015
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