BÊNÇÃO OU BENÇÃO, EIS A QUESTÃO

                             Sérgio Martins Pandolfo*


            Há pouco um colunista social fez acerbas críticas, em sua coluna, a uma inocente faixa colocada à frente de um colégio, que pedia a proteção da santa, levada em procissão, com a frase: “Pedimos sua benção, Senhora”. A crítica condenava a “errada grafia benção”, em vez de bênção, como é mais habitual hoje em nosso “patropi” (com a devida vênia ao festejado Simonal), sobretudo por tratar-se de uma escola.
            Ora, benção (oxítono) é grafia não só correta como, na verdade, seria a boa forma e, assim, deveria ser a preferível, hoje somente usada pelo povo (popular). A forma é preferentemente utilizada (corrente) em Portugal, berço e cônscio zelador da língua. Lembro-me bem que nos meus já alonjados tempos de menino e adolescente, em que a colônia lusa era expressiva e dominante, máxime na atividade comercial, aqui nesta rica e histórica Parauaralândia (o Pará) eu, lusodescendente habitante de “uma casa portuguesa com certeza” só ouvia falar benção, inclusive no Colégio Marista onde estudei. Nossos léxicos principais abonam, conservadoramente, a forma oxítona. A redizer Camões, o Príncipe Perpétuo dos Poetas da Língua Portuguesa: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. ..."

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(*) Médico e Escritor. SOBRAMES/ABRAMES
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Sérgio Pandolfo
Enviado por Sérgio Pandolfo em 16/10/2010
Reeditado em 17/07/2011
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