Entendendo a Língua Portuguesa - Sintaxe - Aula 11

Olá, leitores.

Aqui estou de volta. Vamos dar continuidade ao nosso Curso de Sintaxe.

Nesta aula, estudaremos termos que, ao contrário dos Adjuntos, são essenciais para a compreensão do sentido da oração.

"Complementos" são termos que completam... (Rsrsrssr)

Completar significa: Tornar algo inteiro! Ou seja, um complemento faz parte da oração, integra a oração. O Complemento não é um "adereço" da frase, como os Adjuntos. Todo COMPLEMENTO é essencial.

"Pense comigo":

Se existe a necessidade de um "Complemento", significa que dentro da oração há um termo "Incompleto".

Precisamos ficar atentos a esta informação.

Termo "Incompleto" - exige um "Complemento"

Podemos utilizar esta informação para localizar o "complemento" através do termo "incompleto". Ou poderemos localizar o "termo incompleto" através do "complemento".

Achando um deles, o outro será consequência.

Observe:

Termo Incompleto - Complemento

(Juntos produzem uma idéia inteira)

Temos dois tipos de Complementos:

O "Complemento Nominal" e Os "Complementos Verbais"

Vamos pensar juntos:

Existem dois tipos de Complementos: nominal e verbal, portanto há dois tipos de "Termos Incompletos": o nome e o verbo.

Complemento Verbal completa um VERBO!

Complemento Nominal completa um NOME (Substantivo, Adjetivo ou Advérbio).

Portanto, em determinadas orações, essas palavras podem solicitar complementos:

Substantivo - Solicita Complemento Nominal

Adjetivo - Solicita Complemento Nominal

Advérbio - Solicita Complemento Nominal

Verbo - Solicita Complemento Verbal

Vamos pensar mais um pouco...

Todo Complemento é ESSENCIAL. Isso já sabemos. Podemos concluir então, que para uma palavra ser um Complemento, ela deverá também ser um Termo Essencial.

Ou seja:

Um complemento só pode ser exercido por um termo essencial.

Temos apenas duas classes de palavras Essenciais: Verbo e Substantivo!

Um Verbo é sempre o centro da oração e não sai por aí "completando' ninguém!

Concluindo: Todos os Complementos, sejam eles nominal ou verbal, serão obrigatoriamente SUBSTANTIVOS.

Memorize isso:

"A única classe de Palavra que funciona como COMPLEMENTO é o SUBSTANTIVO".

Vamos recapitular... (Isso é importantíssimo, rssrrsrsr!)

Todo COMPLEMENTO tem a função de completar outro termo, portanto ele será essencial à compreensão da frase, não poderá ser retirado.

Vamos agora estudar os tais Complementos...

"Complementos Verbais"

Complementos Verbais são termos que completam o sentido de um VERBO.

Portanto, este verbo deverá ser “Incompleto”, ou seja: um verbo "Transitivo".

"Verbos Transitivos" são verbos com sentido incompleto, portanto precisam de Complemento, também chamado de "OBJETO".:

"Amar" – quem ama, ama "alguém"...

"Precisar" – quem precisa, precisa "de alguma coisa"...

Observe:

Pedro comprou...

Oração sem sentido completo. (Comprou o quê?)

Quem compra, compra "alguma coisa"...

Pedro comprou "uma mesa".

Observe que "uma mesa" completa o verbo "comprar", deixando a oração com sentido completo.

Neste momento, devemos avaliar "como" este complemento se uniu ao verbo.

Pedro comprou "uma mesa".

Atentem que "uma mesa" se liga diretamente ao verbo, sem a necessidade de um outro termo que faça a ligação.

"Uma mesa" se liga "diretamente" ao verbo.

Encaixemos as peças:

Pedro comprou "uma mesa".

"Comprou" é um verbo que precisa de Complemento - VERBO TRANSITIVO

"Uma mesa" completa o sentido do Verbo - OBJETO

O OBJETO se liga ao verbo diretamente - OBJETO DIRETO

Portanto:

O Verbo é chamado de "Transitivo Direto" pois "não precisa" de nenhum elemento de ligação, uma preposição.

O Objeto é chamado de "Objeto Direto" por ser solicitado por um "Verbo Transitivo Direto".

Parece óbvio, mas há implicações sobre isso, que veremos mais tarde.

Concluindo:

O Verbo Transitivo Direto (Que não precisa de Preposição) tem como Complemento Verbal o Objeto Direto.

Observe:

Pedro comprou uma casa.

Comprar: Verbo Transitivo Direto (VTD)

Quem compra, compra alguma coisa.

Perguntamos:

O que Pedro comprou?

uma casa.

Complemento verbal: “uma casa” – Objeto Direto.

Fique atento:

Objeto Direto: “uma casa”

Núcleo do objeto: “casa” – substantivo. (Todo Complemento é um Substantivo)

Vamos pensar juntos:

(É necessário ser repetitivo... rsrsrsr)

O Objeto Direto é o complemento do Verbo Transitivo Direto.

Daí muitos pensam assim:

Já que o Objeto é Direto, é porque não precisa de preposição!

E isso está errado.

Quem não precisa de preposição é o Verbo Transitivo Direto e não o Objeto.

A ausência da preposição não tem relação com o ser Objeto Direto, e sim o fato de se ligar a um Verbo Transitivo Direto.

Para identificarmos o tipo de objeto, não devemos pensar assim:

"Se o complemento não tem preposição ele é um Objeto Direto."

A preposição indica o tipo de verbo, não o tipo de objeto.

Observe:

Maria comeu do bolo.

(Quem come, come "alguma coisa"...)

Portanto:

Comeu – Verbo Transitivo "Direto"

Mas notem a presença de uma preposição “de + o = do”!

Neste exemplo, temos um Verbo Transitivo Direto (que não precisa de preposição). Mesmo não precisando, o autor da frase quis colocar uma preposição pra destacar uma idéia.

Observe:

Maria comeu "do" bolo.

Temos: (Comer) um Verbo Transitivo Direto – que pede como complemento um "Objeto Direto".

Logo: “do bolo” é um "Objeto Direto".

Mas...

Há uma preposição no objeto direto!!!

Observe que a preposição "do" transmite a idéia de que Maria comeu parte do bolo:

Maria comeu "do" bolo.

Diferente de:

Maria comeu "o" bolo.

Que significaria que Maria comeu "o" bolo inteiro!

Portanto esta preposição não é necessária ao verbo "comer". A preposição foi usada como recurso estilístico do autor.

Concluindo:

Maria comeu "do" bolo.

Comeu: Verbo Transitivo Direto.

"do bolo" - Objeto Direto Preposicionado (Pois traz uma preposição de qualquer forma.)

Memorize:

No Objeto Direto Preposicionado a preposição é apenas "de realce".

Exemplo:

Maria ama a Deus.

(Quem ama, ama "alguém")

Ama = Verbo Transitivo Direto

“a” - Preposição

“a Deus” – Objeto Direto Preposicionado.

(Observer que a preposição "a" não é necessária, mas transmite a idéia de "intimidade".

Observe a diferença:

Sei quem é Maria!

(Sem intimidade com Maria.)

Sei quem é "a" Maria!

(Intimidade com Maria.)

Esta preposição também é "de realce".

O segredo é identificar primeiramente o tipo de verbo:

Verbos Transitivos Diretos pedem Objetos Diretos (mesmo com preposição).

Agora observe a oração:

Pedro precisa.

(Oração incompleta.)

(Quem precisa, precisa "de" alguma coisa)

Já que o Verbo é incompleto, temos que "precisar" é um Verbo Transitivo.

E mais...

Observe que o verbo "precisar" exige a preposição "de".

O verbo "precisar" não se liga diretamente ao seu obejto.

Pedro precisa amor. (????)

Claro que não!

Dizemos: Pedro precisa "de" amor.

(Esta preposição é absolutamente necessária.)

Temos portanto um Verbo Transitivo (Porque precisa de complemento) e Indireto (Porque precisa de uma preposição para se ligar ao seu objeto.)

Precisar: Verbo Transitivo Indireto (VTI)

Os verbos Transitivos Indiretos exigem como complemento um "Objeto Indireto".

Não Confunda:

O Objeto é chamado de Indireto porque se liga a um Verbo Transitivo Indireto (VTI) e não porque "precisa" de preposição. Quem precisa da preposição é o VERBO!!!

Assim:

Pedro precisa de dinheiro.

Precisar: Verbo Transitivo Indireto.

Complemento verbal: “de dinheiro” – Objeto Indireto.

Fique atento:

Objeto Indireto: “de dinheiro”

Núcleo do objeto: “dinheiro” – substantivo.

Observe agora este exemplo:

Maria "contou" uma história ao filho.

Observe que o verbo "contar" pede dois complementos.

Quem conta, conta "alguma coisa" "a alguém".

Alguns verbos apresentam duas transitividades: Eles são chamados de "Verbos Transitivos Direto e Indireto" (VTDI) ou Bitransitivos. (Bi = dois. Duas transitividades.)

Ou seja, estes verbos (VTDI) exigem um "Objeto Direto" e um "Objeto Indireto".

Observe:

Maria "contou" uma história ao filho.

Contou o quê? - uma história - Objeto Direto

Contou a quem? - ao seu filho - Objeto Indireto

Agora observe este outro exemplo:

Maria me contou uma história.

(Quem conta, conta "alguma coisa" "a alguém".)

Contar - Verbo Transitivo Direto e Indireto.

Contou o quê? uma história - Objeto direto.

Contou a quem? a mim (representado pelo pronome "me") Objeto Indireto.

Observe que temos um objeto Indireto mesmo sem termos a preposição escrita.

Maria "me" contou uma história.

Lembre-se: A preposição não indica o tipo de Objeto, e sim a transitividade do verbo.

Portanto: "me" - nesta oração, funciona como Objeto Indireto. (Com a preposição implícita.)

Outro Exemplo:

Maria te disse um desaforo.

(Quem diz, diz "alguma coisa" "a alguém")

Disse – Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI)

Objeto Direto – alguma coisa

Objeto Indireto – te (a ti)

Sempre Identifique o Complemento Verbal (Objeto Direto ou Indireto)através tipo de Verbo, e não pela presença ou ausência de preposição.

Encerramos por aqui os Complementos Verbais.

(Há outros tipos de Objetos que postarei em "Complementos Avançados" de Sintaxe: Objetos Pleonásticos, Objetos Reflexivos, Objetos Recíprocos...)

Na aula 12, estudaremos COMPLEMENTO NOMINAL. (O Bicho Papão da Sintaxe... Que Deus me ilumine!)

Bons estudos.

Sou Ed Borges - Professor e Escritor.

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Ed Borges
Enviado por Ed Borges em 04/04/2011
Reeditado em 19/09/2018
Código do texto: T2890025
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