Entendendo a Língua Portuguesa - Morfologia - Aula 1

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"Aula 1"

MORFOLOGIA

Morfologia é a parte da Gramática que estuda a estrutura das palavras, sua formação e classificação.

- A ESTRUTURA diz respeito aos elementos que constituem a palavra: o radical ou raiz, afixos, desinências...

- A FORMAÇÃO engloba as "formas" como podemos criar palavras: derivando, prefixando, reduzindo...

- A CLASSIFICAÇÃO das Palavras é importante para diferenciarmos as diversas possibilidades de descrever nossas as ideias, taduzidas em coisas (Substantivos), características (Adjetivos), ações (Verbo)...

A MORFOLOGIA estuda as palavras isoladamente (Análise Primária), e não em sua participação na frase ou período (Análise Referencial), como na Sintaxe.

Iniciaremos nosso curso de Morfologia pela "Estrutura da Palavras", estudando seus elementos essenciais, seus adereços e demais "pedacinhos" que comporão a palavra.

"A Estrutura das Palavras"

Imaginemos o seguinte:

Uma "casa".

Para "ser" uma casa, deve conter: fundação, paredes, piso, teto.

Ou seja: A Estrutura da "casa" são seus elementos essenciais: fundação, paredes etc.

Assim também, as PALAVRAS possuem elementos que compõem sua ESTRUTURA.

Cada "elementozinho" da palavra é chamado de MORFEMA ou menores unidades formadoras de cada palavra.

Observe:

GATINHAS

Vamos desmembrar a palavra em seus elementos ou Morfemas:

"Gat" inh a s

Gat - Este Morfema nos indica o "que é" a palavra, ou seja, a palavra nasce deste elemento: falmos de um ser que é da família dos gatos, como: gato, gata, gatão, gatinha, gatinhos...

Perceba que esta "parte" da palavra é sua origem, sua estrutura primária, como a "fundação" da casa, que determinará "como" será esta casa, pois em cima da "fundação" ou RAIZ é que será edificada a CASA ou PALAVRA.

Chamamos este este Morfema, que é essencial a todas as palavras, de RADICAL ou RAIZ.

Vejamos outro elemento:

Gat "inh" a s

inh - Esta parte da palavra nos indica que se trata de um diminutivo, que temos uma "coisa" em seu estado "menor", "pequeno", como em: padr"inh"o, amig"inh"as...

Este é um Morfema de diminutivo.

Outro Morfema:

Gat inh "a" s

a - O Morfema "a" determina o gênero da "coisa", neste caso indica que o GAT é feminino: GAT"A".

Os termos que determinam gênero, número, entre outras características são chamados de DESINÊNCIAS.

Temos então: "a" - Desinência de Gênero (feminino).

Como a palavra "gatinhas" é um NOME ou SUBSTANTIVO, chamamos a desinência "a" de: Desinência "Nominal" de Gênero.

Observe:

Gat inh a "s"

s - O termo "s" indica que se trata de "mais de uma coisa", ou seja, descreve o número desta "coisa", no caso: plural.

Temos então: "s" = Desinência Nominal de Número.

Vamos enter melhor:

Gatinhas

|

_________________________________

Gat inh a s

| | | |

RAIZ DIMINUTIVO GÊNERO NÚMERO

| | | |

(A coisa em si) (Tamanho) (Feminino) (Plural)

| | | |

Gato Gatinho Gatinha Gatinhas

Perceba que a Formação da palavra obedece uma sequência lógica em que vamos "criando a palavra", modificando-a, e a transformando naquilo que desejamos expressar. Uma única palavra pode trazer muitas informações como: a coisa em si, seu tamanho, seu gênero, seu número, seu modo, seu tempo...

O emprego da "palavra certa" indica o domínio da língua por parte do escritor, cabendo a ele escolher as palavras que comporão seu texto, dando a ele a qualidade, a precisão, ou o estilo que deseje mostrar ao seu leitor.

Observe:

"O Doutor usou uma aparelinho esquisito, com dois fios que saim do seu ouvido e se juntavam e viravam um único fio que terminava com uma espécie de disco de metal, que colocou em meu peito para ouvir por dentro de mim." (Texto excessivamente descritivo, para compensar um vocabulário reduzido.)

ou:

"O doutor auscultou meu peito com um estetoscópio."

(Texto sintético, diz tudo em poucas palavras.)

Cada um dos textos não é "certo", nem errado. Cape ao escritor conhecer as possibilidades e aplicá-las em situações específicas. Num grupo de médicos, o Texto 1 seria desapropriado.

Continuemos:

Estruturas das Palavras:

- Radical (ou Raiz)

É o elemento estrutural "primeiro" de qualquer palavra, seu alicerce.

Uma mesma RAIZ ou RADICAL, por ser o "elemento primeiro", gera várias palavras, criando assim, sua Família de Palavras, todas elas apresentando a mesma origem, a mesma "fundação", o mesmo RADICAL.

Casa - Radical: CAS

Família: CASa, CASebres, CASarão, CASinha...

- Afixos

(ou Não-Fixos...)

Afixos são elementos secundários que se unem ao radical, acrescentando-lhe uma característica. Um afixo traz uma ideia que se insere ao radical criando uma noção mais ampla.

Um "Afixo" que conhecemos bastante, "MENTE", adere-se a um Radical, dando-lhe uma característica de MODO.

Calmo - Calmamente.

O Afixo "mente" se uniu ao Radical "calm" transformando-o em um Advérbio de Modo.

- Quando colocamos um AFIXO antes do radical, chamamos PREFIXO.

- Quando colocamos um AFIXO depois do radical, chamamos SUFIXO.

Brut

|

em brut ecer

| | |

Afixo: Prefixo Radical Afixo: Sufixo

- Desinências

Desinências são os "elementos" que indicam, nas estrutura da palavra algumas flexões. Temos dois tipos de desinências:

Desinências Nominais:

Elementos que constituem os nomes: substantivos, adjetivos, pronomes, numerais... indicando as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural).

Exemplos:

gat-o (masculino) gato-s (plural)

gat-a (feminino) gata-s (plural)

Fique atento: só podemos falar em "desinências nominais" de "gêneros" e de "números" em palavras que permitem as duas flexões, como nos exemplos observados acima.

Algumas palavras como caderno, tribo, gado etc, não admitem desinência nominal de gênero. Já em pires, pêsames, ônibus não temos desinência nominal de número pois não admitem as duas flexões: simpgular e plural.

Desinências Verbais: indicam as flexões do verbo: número e pessoa e de modo e tempo.

Exemplos:

am-o ama-s ama-mos ama-is ama-m - pessoa e número

ama-va ama-va-s - tempo e modo

A desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular;

"-va", de "ama-va", é desinência modo-temporal: indica uma forma verbal do "tempo" pretérito imperfeito do "modo" indicativo, na 1ª conjugação (verbos terminados em "ar": amar, cantar, nadar...

Vogal Temática

Vogal Temática é a vogal que se une ao radical, preparando-o para receber as desinências. A vogal temática modula a pronúcia, deixando a palavra facilemnte "pronunciável".

Nos verbos, temos três vogais temáticas:

Vogal temática "A"

Caracteriza os verbos da 1ª conjugação: cantar, nadar, morar...

Vogal temática "E"

Caracteriza os verbos da 2ª conjugação: morrer, doer, comer...

Vogal Temática "I"

Caracteriza os verbos da 3ª conjugação: partir, dormir, sumir...

Outro "elemento" que encontramos nas palavras são os TEMAS.

"Tema" - É a união entre um RADICAL + VOGAL TEMÁTICA.

Observe:

comprar

Compr a r

| | |

Radical (Vogal Tem.) ("r" dos Infinitivos)

|

Compra

|

(Radical + Vogal Temática = TEMA)

Vogais e Consoantes de Ligação

Na Língua Portuguesa, podemos precisar de algumas vogais e consoantes que se fazem necessários para pronunciarmos algumas palavras, são elementos de ligação, ou seja: são morfemas que aparacen por motivos "eufônicos" - sonoros, para facilitar a pronúncia de uma determinada palavra.

Exemplo:

parisiense (paris= radical, ense= sufixo, vogal de ligação= i)

Outros exemplos:

alv-i-negro, tecn-o-crata, pau-l-eira, cafe-t-eira, inset-i-cida etc.

Bem, estudamos então os "pedacinhos", "elementos" ou "morfemas" que compõem a estrutura das palavras. Sabemos, portanto criar palavras novas (neologismo), obedecendo um padrão linguístico.

Vamos criar então uma nova palavra da família dos "pregos", como: prego, pregão, pregado...

Radical: preg

Vamos inserir um prefixo que indica algo em conjunto - "co" (Como em "co"ligado, "co"-prprietário, etc...)

Prefixo: co

Temos: copreg

Vamos acrescenar uma Vogal Temática e um morfema de infinitivo ("r") - (já indicando que queremos criar um "VERBO") .

Vogal temática: a

Morfema de Infinitivo: r

Temos:

copregar

Nós "copregamos" o quadro. Ou seja: Nós pregamos o quadro conjuntamente.

Agora podemos já sair criando palavras e enriquecendo ainda mais a nossa Língua.

Alguns Neologismos "pegam", outros não, em grande parte pela facilidade, clareza e beleza da pronúncia. Acho que "copregar" não vai "pegar"... rsrsrsrs.

Agora, vamos nos deliciar com um verdadeiro Show de NEOLOGISMO, neste singular soneto de autoria do nosso companheiro Recantista Lúcio Monteiro Gama.

PALAVRA E BUSCA

Lucificada e bem luzivestida, vem

Virgiluzir teu ser, virginizar-te enfim

Uterinar a luz que se apagou no além

Intimostrando a ti e intimivendo a mim!

Criticonstrói teu hoje e vem, qual minha amada

Regrissangrar teus ontens menstros em desvida

Infralançar-te ao chão da dor plurissentida

Genitecendo a paz mais pleniaventurada!

Num multicórdio gesto, vem, divina amante,

Ama-me-te de amor castiço e diferente,

Instantizando o eterno e eternizando o instante!

Mortinascendo assim qual quem ubiquifaz-se,

Ambiexistir-nos-emos na infinita Mente

Autora da Palavra que é fecunda e nasce

- Lúcio Monteiro Gama

http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/2770024

Observação: O uso do texto foi autorizado pelo autor. (Rsrssrsrs)

Bons estudos.

Na aula seguinte, estudaremos os processos de Formação das Palavras.

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