COLOCAÇÃO PRONOMINAL: A PRÓCLISE

Olá, meus caros amantes da língua! Neste presente texto, venho apresentar as principais regras que norteiam a colocação dos pronomes oblíquos átonos diante dos verbos. Convém lembrá-los que, como são muitas as regrinhas - porém simples -, é necessário que tenhamos um estudo detalhado a respeito desse assunto da gramática do português tão abordado em concursos e exames por todo o país.

A estrutura deste texto está dividida da seguinte forma: em primeiro lugar, apresentarei o quê e quais são os pronomes oblíquos átonos e em como se classificam esses pronomes dependendo em sua posição frente ao verbo. Vamos lá.

OS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS

Um pronome, como sabemos, é a palavra que substitui ou acompanha o substantivo. Divididos em vários tipos, os pronomes são um dos conjunto de palavras mais utilizadas no português. Denominamos “pronomes oblíquos” aqueles pronomes que funcionam como objeto (complemento de um verbo). Como não possuem tonicidade própria, esses pronomes também são chamados de átonos (som fraco). Esses pronomes são: ME – TE – SE – NOS – VOS – LHE(s) – O(s) e A(s). Além disso, esses pronomes, por uma questão tradicional, podem ser postos em várias posições diante do verbo, posições essas classificadas em três tipos e regidas por algumas regras, as quais veremos a seguir.

Os pronomes oblíquos átonos, dependendo da posição em que se encontra diante do verbo, transformam-se, juntamente com o verbo, em próclise, ênclise e mesóclise, as quais estudaremos a seguir.

A PRÓCLISE

Dizemos que um pronome está em próclise quando este estiver antes de um verbo em uma oração. A próclise, segundo a gramática, é a posição pronominal mais comum e mais exigida no português. Ainda segundo a gramática, quando formos escrever, prefiramos a próclise, por ser mais comum e objetiva. Isso é de tamanha certeza que as outras duas - a ênclise e a mesóclise - parecem sumir quando as regras gramaticais exigem somente a próclise. Mas vamos às regras!

1. Ocorre próclise quando antes do verbo houver uma palavra de cunho negativo. Geralmente, são muito comuns palavras como “não”, “nunca”, “jamais” etc. Observe:

Ex.: Você nunca me disse que viria para São Paulo. (adequado)

Você nunca disse-me que viria para São Paulo. (inadequado)

2. Ocorre próclise quando antes do verbo houver um advérbio (palavra que modifica o verbo, indicando uma circunstância de tempo, de modo, de lugar etc.)

Ex.: Aqui se vive muito bem. (adequado)

Aqui vive-se muito bem. (inadequado)

3. Ocorre próclise quando o verbo da oração estiver no gerúndio (terminação -NDO), precedido da preposição EM.

Ex.: Em se tratando disso, não tenho nada a declarar. (adequado)

Em tratando-se disso, não tenho nada a declarar. (inadequado)

4. Ocorre próclise quando a frase for interrogativa ou exclamativa (indicando um desejo).

Ex.: Quem me procurou? (adequado)

Quem procurou-me? (inadequado)

Que Deus te ilumine! (adequado)

Que Deus ilumine-te! (inadequado)

5. Ocorre próclise quando houver, antes do verbo, um pronome relativo (palavra que retoma um termo já mencionado).

Ex.: Isso são sonhos que se vão para sempre. (adequado)

Isso são sonhos que vão-se para sempre. (inadequado)

6. Ocorre próclise quando houver, antes do verbo, um pronome indefinido (que não se definem, óbvio!)

Ex.: Alguém me disse que você anda cometendo adultério. (adequado)

Alguém disse-me que você anda cometendo adultério. (inadequado)

7. Ocorre próclise quando antes do verbo houver uma conjunção coordenativa ou subordinativa. Lembrando que a conjunção é a palavra que liga duas ou mais orações.

Ex.: Quando se soube do acidente, já era tarde demais... (adequado)

Quando soube-se do acidente, já era tarde demais... (inadequado)

IMPORTANTE: A gramática, como dá preferência sempre à próclise, chama as palavras que ocorrem antes do verbo de “partículas atrativas”, ou seja, palavras que exigem a próclise.

Essas são as principais (quiçá todas!) as regras de colocação pronominal referentes à próclise. Convém lembrar que, como são regras impostas há mais de dois mil anos, elas não têm nenhum fundamento científico, sendo levadas a fio apenas por questões tradicionais. Em meus outros textos, apresentarei as regras de ênclise e de mesóclise e como ocorre a colocação pronominal em orações que apresentam locuções verbais. Até a próxima!