REDAÇÃO NOTA 10: O ensino da Língua Portuguesa nas escolas

De acordo com o professor Marcuschi, a língua é heterogênea e variável, por isso não pode ser analisada em palavras e frases soltas e descontextualizadas como vem acontecendo no ensino tradicional de língua portuguesa. Para a professora Irandé Antunes, a unidade básica no ensino de português deve ser o texto: sua leitura, interpretação e análise linguística. O ensino da gramática deve partir da análise dos usos e não de nomenclaturas e classificação das unidades linguísticas.

Partindo da afirmação do professor Marcuschi e da professora Irandé, percebemos que o ensino de Português através de frases soltas dos grandes escritores torna-se ineficiente, ineficaz para o educando que, muitas vezes, passa anos e anos estudando gramática, mas não consegue sequer, escrever uma carta simples para um de seus familiares, muito menos fazer uma análise morfológica ou sintática. Isso nos leva a acreditar que, de acordo com Irandé Antunes e os PCNs de língua portuguesa, o ensino de português deva partir do uso da língua em textos contextualizados. Por conseguinte, devemos romper com a insistência no ensino de unidades isoladas como frases, palavras e sons, indo ao encontro da concepção de língua como interação social.

Em consequência do exposto anteriormente, a gramática deveria ser trabalhada na produção e compreensão textual e não como mero exercício analítico de palavras ou frases. Trata-se, pois, de trabalhar integralmente as várias atividades no uso da língua, ou seja, a produção oral, a produção escrita, a leitura e a compreensão do que foi lido.

Para nós e para os PCNs, os conteúdos de língua portuguesa devem se articular em torno de dois grandes eixos: o do uso da língua oral e escrita e o da reflexão acerca desses usos. Partindo do uso e da reflexão sobre a língua que é viva, dinâmica e variável, o educando poderá apreender não só a variedade culta da língua, mas todas as outras modalidades de uso, usando-as adequadamente de acordo com suas necessidades do dia a dia, seja em sua modalidade oral ou escrita.

Diante dos fatos narrados, percebemos a necessidade urgente de uma política de melhoria na qualidade do ensino, principalmente na área de língua portuguesa a qual é considerada um instrumento de inclusão e de efetiva participação social. É através do domínio da língua em suas modalidades oral e escrita que o homem se comunica e constrói conhecimento, por isso ao ensiná-la, a escola precisa garantir a todos os seus alunos o acesso a esses saberes, necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos.

Autor: Professor Carlos Soares

Língua Portuguesa

Cupira-PE

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