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AL MAMINHA...

 ...al "maminha" tão viril porque partiste,
desta terra tão esparsa e pouca gente,
alembra lá na “estranja” onde sumiste,
depois de fugir à “tropa” seu pingente! "
 (o resto do soneto ainda o vou a emendar, para depois publicar...)

​Crônica de Silvino Potêncio >>>

... Sem que eu jamais o haja solicitado,  eu recebi um comunicado do PortugalClub ( penso que seja este  um sitio na Internet onde quase todos os portugueses que navegam na rede em língua portuguesa,  já devem ter pousado os olhos – ainda que simplesmente para matar a natural curiosidade do nome e dos nomes que por ali transitam) e neste comunicado eu simplesmente fui nomeado de Conselheiro de Cidadania Democrática) !
- Postadas ali algumas palavras minhas no dito cujo portal, e em seguida lá vieram criticas negativas e para não dizer que não, também alguns elogios – umas mais do que as outras, é certo, mas as outras mais do que umas!
... Em vistas ao ocorrido eu lembrei-me de trazer para o “Jornalecos” algumas dessas crônicas as quais espero sejam do agrado dos leitores e - repito – esta é a minha maneira pessoal  de contribuir sempre para o engrandecimento da universalidade da nossa língua, por conseqüência da nossa cultura.

Titulo da crônica original -   ...al "maminha" tão viril porque partiste!?,...

Citação ideológica: (020)" ® OS NÏZCAROS! " -- Os espíritos medíocres condenam sistemáticamente tudo quanto está acima da sua compreensão. (La Rochefoucauld) --- eu me condeno a mim mesmo por não conseguir parar de ser um eterno condenado a escrever em português.  Silvino Potêncio, Emigrante Transmontano! - Fevereiro de 2006
 
De: S. Potêncio
Aos: Leitores do PortugalClub (e agora Conselheiros do CCD) - em sequência ao artigo do Conselheiro J. Verdasca
 
- Como é do conhecimento geral,  a minha modesta participação aqui neste portal electrônico é feita, de algum tempo a esta parte, apenas como simples colunista autônomo, ( e porque o faço totalmente de graça, devo acrescentar aqui mais um adjectivo "free-lancer" - passe o "estrangeirismo" do verbete),  cujos temas abordados dizem respeito directa ou indirectamente aos muitos e diversos problemas que enfrentamos diáriamente como emigrantes fora do Portugal continental.
- A maneira como eu faça os meus artigos, ou a forma como eles acabem sendo publicados, de algum modo, teem gerado certas "gafes" na sua interpretação e estas, por sua vez, se reflectem em episódios pessoais ou colectivos nem sempre muito agradáveis.
- Aqui e acolá, essas réplicas são até um pouco constrangedores pelas respostas recebidas e as insinuações de criticos os quais, com todo o direito democrático que lhes assiste, acabam por descarregar aqui muitas e variadas injustiças.
- Isto não só para mim pessoalmente, mas também para outros confrades e confradinas os quais eventualmente doam o seu tempo e dedicação aos "escritos" aqui publicados, a começar pelo "mentor" do PortugalClub Sr. Casimirio Rodrigues. 
- (vez por outra, eu mesmo permito-me retranscrever alguns diálogos "pinçados", nos quais me tento reflectir o tempo todo, e/ou então eu acrescento neles os meus escritos "pensados" como forma de reacção imediata a esses mesmos pensamentos filosóficos adaptados aos temas que pretendo abordar e publicar de cada um desses diálogos).
- De pronto posso apontar um exemplo disso:
---por diversas vezes eu mencionei nas minhas crônicas o nome do Professor Doutor Antonio Oliveira Salazar,  a quem eu me refiro sempre como o "home de Santa Comba ... (Dão tudo de graça)" e a cada vez que isso acontece, alguém do outro lado da tela acaba por retrucar que ali há saudosismo exacerbado dos tempos do passado. Que ali não há evolução de ideias nem de pensamentos. Que ali, nessa expressão se reflectem os pensamentos do autor como retrógrado, etc, etecetera!...
- Pois bem!, eu posso assegurar que não existe ali nada disso!
Ali, utilizando sempre o meu estilo alegre e divertido na utilização da lingua portuguesa - que, como sabemos,  é suficentemente rica em abundância de termos com significados diversos, similares mas também antagónicos, a minha intenção é tão só chamar a atenção dos leitores para simples comparações temporais, matemáticas e comprovadamente experimentais, relacionadas com a governação actual, da qual todos dependemos de uma forma ou de outra.
- Por muito mal que ele tenha causado a muitos de nós todos no passado, compete-nos a nós todos também, no  momento presente apontar e evitar os erros, assim como tudo fazer para corrigir e reescrever os beneficios do esforço dele enquanto homem publico que foi.
- Naquilo que me cabe, é isso e só isso o que pretendo dizer.
- Voltando à minha modesta contribuição a este portal e indirectamente à nossa lingua actual eu diria: 
- Nós!, ... todos nós cidadãos portugueses, ou estrangeiros, que temos um mínimo de conhecimento da lingua pátria, diáriamente contribuimos para a sua evolução e adaptação ao meio em que ela, a lingua, se pratica e dela nos utilizamos para seguirmos em frente no acompanhamento natural da humanidade como um todo.
- Lembro-me de,  recentemente, ao ter assistido na "tela da TV" ou no "écran televisivo" - como diriam os puristas de plantão - a um filme estrelado pelo actor "Kevin Kostner" aonde o mesmo,  a certa altura do diálogo lhe perguntam;  que linguagem ele utilizava!?,... e ele contestou que era portu-greco!... 
- Se considerarmos que o roteirista desta película televisiva, vulgarmente mais conhecida por "filme" ou peça de cinema adaptada para exibição em televisão, ele  projectou este diálogo lá no longínquo - incalculável cientificamente - ano galáctico do tempo espacial da submersão de todo o globo terrestre, intitulado por "o segredo das águas", então já subentenderemos que a nossa língua mãe, aquela que se formou muito antes do nascimento do Condado Portucalense, ela tem tudo para ser preservada no infinito dos tempos, não importa a quantidade de escritos ou de publicações com  bases em originais ou adaptações da sua modernidade que é inexorávelmente duradoura, e não importam correntes políticas, ou ideológicas com todos os desmandos e comandos dos dirigentes no posto de administração daquilo que nos pertence!...
- Diáriamente, alguns de nós, acrescentamos mais uma gíria, mais um termo profissional, mais uma palavra surripiada a outras línguas e incorporada à nossa pelo direito consuetudinário que jamais será implantado por qualquer governo, lei ou decreto seja de que ordem for, além da mão e da ação do povo, verdadeiro baú ambulante de nossa cultura e do nosso conhecimento verbal ou literário.
- A título de exemplo pessoal - e isto nada tem a ver com qualquer tipo de auto-elogio ou louvação em beneficio próprio - eu posso lembrar aqui que, depois da minha primeira crônica mostrada sob o título de "Catramonzelada" vários dos leitores a podem ter já inserido na sua linguagem proverbial, quer seja da forma originalmente idealizada por mim, quer seja na sua adaptação ao meio e às circunstâncias de cada um no seu próprio meio ambiente.
-  (ultimamente tenho lido várias vezes o termo menos popular e mais acadêmico "elocubrações", mas eu diria aqui,  já!, que ainda não me atrevo a considerar isto como mais uma "elocubração"  porque em decomposição silábica e sobretudo semântica acabamos por ter que cair na risada espiritual de dizer "el o cu bração")
- Uma das correspondentes deste portal na época, por exemplo decompôs as  minhas   "Catramonzeladas" em  "cuatro mãos xeladas" ao que eu poderia ripostar indefenidamente com outros termos hilariantes mas isso nada adiantaria ao propósito original que era o meu intuito de introduzir um novo termo no dicionário virtual dos leitores.     
  - Entretanto, aqui no portal do PortugalClub surgem, quase diáriamente, novas discussões e tão variadas quanto os próprios temas nele inscritos de ante-mão pelos seus autores,  sem que para isso tenha existido qualquer pauta préviamente agendada. - Quiçás saída da lembrança de cada um dos seus mentores e autores signatários, em tempos idos como foi o meu caso.
... Isto porém não significa que haja intenção expressa de apenas escrever sobre coisas do passado e por isso:
- Cabe-me aqui uma pergunta pertinente com a qual aprendi a conviver sem resposta - por força das circunstâncias - quem são os autores verdadeiros dessas matérias?
- Os modernos paladinos da verdade?
Freqüentemente mencionamos o "simples home da Póvoa" - como se intitulava o grande escritor Eça de Queiroz, para os escritos que ele nos deixou de herança e jamais alguém levantou a voz para nos acusar de sermos saudosistas!, --- porquê, hein?
... Só somos saudosistas quando mencionamos figuras publicas que de alguma maneira mexem com as consciências de alguns participantes no presente? 
- Não raramente eu mesmo viajo entre um sitio e outro - quando me resta alguma parte, ainda que pequena, do precioso tempo fora do meu trabalho normal - umas vezes para, ali, colocar e dar a minha contribuição pessoal à perenização da língua portuguesa, da forma que a conheço.
 - e não é lá essas coisas todas!... dentro dos meus estudos gerais na sua maioria encimados pela minha vontade pessoal e auto-didacta ao longo dos anos ( a última mensalidade do colégio que o Ti Zé Artur me pagou, enquanto estudante do segundo ano dos liceus, eu estava com onze anos de idade!... daí para diante em matéria de instrução, saúde, educação e manutenção pessoal eu me estabeleci por conta própria!...).
- Doi-me bastante a "alma minha" ao relembrar meu episódio da minha primeira chegada à estação de Santa Apolónia, já aqui relatada em resumo bastante tempo atrás.
- Doi-me muito também o espirito de cidadão ao relembrar a m inha condição de "retornado" à pátria e em seguida forçado à condição de emigrante, por obra e graça dos desmandos dos responsáveis da época. - Penso que com todo o direito e de facto eu devo escrever aqui "irresponsáveis" ...
- Mas, dizia eu, ao navegar entre estes sítios de lingua portuguesa eu acabo por encontrar muitas pessoas   - porém sempre com a mesma preocupação comum a todos - o que será de nossa língua no futuro!? - vejam os meus versos de hoje no final deste texto.
 - E eu pergunto novamente algo que talvez também não tenha resposta: a língua do futuro depende daquela, ou de todas aquelas que escrevemos no passado.
Muitas foram as influências das linguas-mães do passado as quais eram faladas - enquanto mortas no momento presente, teremos que dizer aqui "eram faladas" - e ainda continuam hoje a ser utilizadas como forma de resolução de todos os problemas inerentes ao ser humano.
Os árabes se expandiram durante séculos pelo Norte da África, ocuparam a península Ibérica durante um período suficientemente longo para deixarem como herança inúmeras palavras ao nosso portucalês do condado de Portucale, que por sua vez já trazia as raízes do galego, do gaulês arcaico, do grego e de tantas e tantas línguas germânicas e anglo-saxônicas para se misturar enfim com a grande raiz latina trazida muito antes pelos romanos!
- Não me peçam para eu dissecar aqui muito mais este tema filológico porque, certamente e de imediato,  outros valores mais altos se "alevantariam" para bradar aos céus pelas prováveis "calinadas" gramaticais que eu escrevo - umas propositais e outras simplesmente por pura ignorância de análise mais profunda enquanto escritor amador.
- o facto de termos no portal mais homens do que mulheres,  isto pode ser um desafio ao meu veio poético (se fosse mulher diríamos veia-poética? ...) creio que é excessivamente "bocagiano" onde eu sempre me engano a declamar:

Silvino Potêncio/Natal-Brasil -
Publicado em http://osnizcaros.blog.pt
(Texto Extraído do meu Livro Crônicas da Emigração - Catramonzeladas Literárias)

Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 05/11/2012
Reeditado em 23/08/2016
Código do texto: T3969845
Classificação de conteúdo: seguro
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