Comentar “sobre”

Não existe essa regência na norma culta. Quem comenta, comenta alguma coisa. Às vezes, comenta alguma coisa com alguém. E só:

Os leitores comentaram esse texto de Sacconi por vários dias.

Alguém que frequentou direitinho a escola, mesmo somente até o ensino médio, errará na regência desse verbo? Queria acreditar que não. Mas vejam o que escreveu um dos nossos recantistas:

-COMENTANDO SOBRE "será assim tão fácil detectar a pequena imperfeição gramatical em...(?)"

Pra que o “sobre”?

Recantista, admiro-lhe a pena, admiro-lhe o sarcasmo, admiro-lhe a cultura, mas essa regência não existe no português. O fa(c)to de o senhor usar mil vezes “comentar sobre” em todos os seus “posts”não chega a ser comentar alguma coisa (ou alguma coisa com alguém), mas… que tal não abusar?

Em vez de escreverem assim, por que certos recantistas não voltam aos bancos escolares?

Quem conhece a estrutura da língua jamais constrói dessa forma. Ou seja, quem aprendeu a fazer análise sintá(c)tica, não escreve assim. Como nas escolas brasileiras já não se ensina análise sintática (“é coisa do passado”, como querem os artistas vanguardistas da Educação desse país), o erro aparece constantemente nos textos dos nossos recantistas e leitores, porque alguns autores e leitores brasileiros de hoje, ao ver-se como escrevem neste espaço cultural, não aprenderam a fazer análise sintá(c)tica.

Littera Lu
Enviado por Littera Lu em 14/05/2014
Reeditado em 14/05/2014
Código do texto: T4806234
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