LUZES

gotas de orvalho

morre aos poucos o sino

choro gemido

ombro despido

no frio da madrugada

um táxi parou

um facho de luz

clareava no corpo nu

um sapo morto

velho candeeiro

meu velador noturno

junto no leito

sinto na face

fogo de dois charutos

olhos ardentes

noite escura

um banco de madeira

arrepio de frio

José Ramos Gomes
Enviado por José Ramos Gomes em 10/09/2010
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