Homem de Sorte - Tanka

Homem de Sorte - Tanka

um Silva de sorte

de ele onde veio é mistério --

caiu num ministério

não rouba por necessidade

o que faz é por esporte

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18.10.2011 - Tanka

hula, hula, hula

logo, logo, vai despencar

um ministro da mula

vão presumindo inocência

e o caso é de excrecência

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Em 20.11.2011:

Silva perde o cargo

por conta da patifaria --

abre consultoria?

lá vem mais um trelelê

do mangano do PCdoB

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Em 22.10.2011:

depois do ensaio

escondem os elefantes

dentro do balaio

ladrão só encontra abrigo

na casa de outro ladrão

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- A velha (e eficiente) sátira!...

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Em 19.10.2011: Orlando está furioso. Pudera! Esta gente convive bem com o crime e a imoralidade - que é prática de pessoal e programa informal de governo.

O que lhes causa revolta é que os cidadãos honestos e contribuintes se levantem contra as jogadas criminosas e a pilhagem de recursos públicos decorrentes...

Estes tankas estão publicados no meu blog "Possível Palavra", com uma charge que também é minha. Faça-me uma visita!

www.possivelpalavra.blospot.com

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Em 24.10.2011:

Orlando, o ladrão furioso resiste - e não falta quem lhe estimule e diga que resita. Um ex-presidente da república, por exemplo.

Enquanto a presidente avalia o que fazer, medindo as consequências políticas da demissão do chefe de quadrilha que ocupa o Ministério dos Esportes, provas somem, ladrões se escafedem e, escroques se armam de subterfúgios.

Mas sendo quem é - a mandatária da nação, ela não tem escolha - pelo menos dos pontos de vista moral e legal. Ou demite o ladrão que ocupa um ministério, ou ficará com a fama de ter um ministério que comporta ladrões.

Não existe meia moralização - a não ser que se admita que temos uma presidente meio moralista, pois alguém assim tem a outra metada da personalidade composta de valores imorais.

O remédio da demissão seguida de investigação parece amargo apenas para os que contemporizam com o assalto aos cofres públicos ou, à moralização do governo e garantia de boa aplicação dos recursos públicos, prefere supostamente preservar seu partido e os quadros, compostos de gente cuja história recente está pontuada por ações deletérias contra as instituições políticas, ao govern e ao Erário, como é o caso do ex-presidente da república, que está aí, gritando das sombras para que o vagabundo que está a bordo do Ministério do Esporte resista à demissão voluntária.*

Pelo menos no cargo de mandatária da nação, a presidente não tem escolha: ou demite Orlando Silva e manda invistigar tudo a fundo, ou é solidária com ele e com o que ele representa e, também passa a responder por tudo que ocorre na pasta dos Esportes.

Não, não existe meia moral, nem escolha ou eleição de quem se combate, na luta contra a corrupção. Não, não existe a idéia bisona - e imoral - patrocinada pelo ex-presidente da república, de punir alguns e deixar uns outros à solta - a menos que queira passar a impressão de que o caso foi de apagar o fogo, para fins publicitários.

Alguém que se apresenta como meio moralista também pode ser metade imoral. E aí é que se complicam as coisas: é possível ser moralista pela metade. Alguém meio imoral pode invocar a qualidade de moralista?

Se a presidente diz que não aceita irregularidade, então o que deve considerar não são as implicações políticas do caso, mas o juramento e os deveres que tem. E agir, sem dúvida ou receio. E será saudada e respeitada por isto.

E a presidente da República precisa recordar que ainda está fresca na memória de muita gente que uma outra quadrila foi pilhada em ação dentro da pasta que comandava no governo passado, liderada por ninguém menos que sua amiga Erenice!

* No episódio em que estimulou (para não dizer que exigiu) o chefe de quadrilha que está à bordo do Ministro dos Esportes a resistir - em nome da eliminação do risco da coisa se estender até o ministro precedente - que é da petezada do carbalho, se o ex-presidente petista não conspirou contra a república, conspirou contra o governo. E merecia ser investigado por isto. Mas, se falta coragem para as autoridades enfrentarem um escroque igual a Orlando Silva, imagine-se se aparecerá autoridade com disposição e coragem para tanto...