SARAH É REDIVIVA

 

 

Hesitante homenagem

 

 

 

Sarah, aquela menina egípcia, lépida e graciosa, foi o primeiro grande amor da minha vida, que por desígnios inescrutáveis do destino, o Nilo proceloso a levou para a eternidade.

Hoje, um tanto confuso e mergulhado em dúbia fé, eu percebo que Sarah é rediviva numa outra mulher de personalidade muito compatível, talvez aqui eu esteja lidando com uma compensação do inescrutável, propriamente dito um mistério, pois Cléa se assemelha muitíssimo a Sarah.

Se não fosse um fenômeno incompreensível e que ainda segundo nos parece, reside na fronteira penumbrosa da nossa fé, eu diria que Cléa é o resultado inequívoco da reencarnação de Sarah.

Justifico e tento explicar essa minha repentina suspeita pelos seguintes motivos:

Cléa é uma imitação ao vivo e idêntica de Sarah, ela se identifica com Sarah no jeito de ser, de falar, nas palavras usadas nas expressões, nos gestos, nos gostos, no sorriso e no olhar.

Às vezes, Cléa dizia coisas que na realidade nunca teve conhecimento, pois na verdade nunca soube da existência de uma egípcia chamada Sarah.

No entanto, quando ela se deliciava sob as sombras das árvores, dizia um tanto misteriosa que, os oásis do ocidente eram muito mais frescos do que aqueles que ela já havia conhecido, mas que não sabia onde e nem quando havia experimentado essa sensação.

Segundo os meus poucos conhecimentos a respeito de vidas passadas e, diante dos fatos ocorridos, eu quero acreditar que aqui deveria estar se manifestando no inconsciente de Cléa, um lampejo de outra vida.

Para esclarecer esta suposta ocorrência imponderável, eu devo confirmar que Sarah faleceu em 10 de novembro de 1962 e, em 10 de junho de 1963 nascia Cléa, por isso é muito possível, mas não é de todo provável que Sarah esteja manifestada em Cléa.

Cléa aflita me dizia que acabara de me encontrar no ocidente, exatamente o que Sarah havia me prometido em 1962 antes de morrer.

Esse evento, o do meu encontro com Cléa, se deu em junho de 1986, e que por capricho da vida aconteceu no mês em que eu e Sarah, havíamos elegido como o mês dos nossos sonhos.

Agora, já se passaram vinte e dois anos que também perdi Cléa, pois partiu para Belo Horizonte numa manhã de inverno, num avião que cortava o céu azul e o também o meu coração.

Faço esta pequena homenagem à Sarah, porque em sonho, não sei se Sarah ou Cléa, insistem em me pedir que faça uma referência a nossa história de amor.

Na verdade, a minha tendência é crer que, os meus dois grandes amores nasceram em corpos diferentes, mas reencarnando o mesmo espírito.

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 19/07/2008
Código do texto: T1087789