MEU PAI

(a meu pai, Edgard, em amada memória) - reedição

Perdia-se nos bosques do espírito.

A cabeça erguida,

para sempre ver além

da inexorabilidade do destino.

Erigido à dimensão de anjo

por meu céu interno,

trazia-me rosas e provisões de inverno

para a herança das chuvas,

sem jamais mostrar-me os espinhos,

por puro livre arbítrio.

Hoje, dos longes me volta teu rosto.

Esta luz sobre meus vales escuros,

estas feições sobre meus traços insólitos,

olhando com amor

todos os meandros de minha alma,

e minha atônita fartura de saudade.

Respiro tuas veias,

nesta sincronicidade da matéria,

nesta unidade de alma: margens de um amor

que corre para a eternidade.

(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/08/2008
Reeditado em 20/01/2009
Código do texto: T1121578
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.