MEU PAI MEU GUERREIRO
Meu pai nobre fazendeiro
No verão retirante sertanejo
No inverno grande vaqueiro
João Batista meu guerreiro.
Sua paixão era a fazenda modelo
Situada no riacho do pau
La em Pedra de Buique
Sua modesta terra natal.
Tinha cavalo de raça na baia
Pra vaquejada e exposição
E pra montaria diária
Um burro xucro de estimação.
Inda tinha um jumento
Era a maior alegria
Pra montaria da meninada
Era manso não precisava de guia.
O seu único filho João Alberto
Esse tratava dos cavalos
Montava com perfeição
Na passarela era campeão.
Minha mãe dona Vanusa
Cuidava da casa e do terreiro
Criava galinha e seriema
Jaçanã,passarinho e arara.
No terreiro tinha de tudo
Pato, peru, pavão e guiné
Sapo, cobra, raposa e cachorro
Burrego enjeitado e menino levado.
A família cuidava da terra
Na época de plantação
Era festa na colheita
Com o povo em mutirão
Era assim a vida na roça
Todos movidos pelo coração
A família Tenório Salviano
Sobreviventes da seca do sertão.