Por Portugal...

Grita a alma em desespero,

pois já dói... esta verdade.

Porque eu... já não sei se quero,

viver esta realidade...

Dói-me a vida... crua sina,

fado triste e pungente;

Só na guitarra existe,

a sina de tanta gente...

É um povo a gritar,

que já precisa de pão;

De os seus filhos criar

e dar-lhes educação ...

Tanta história tanta luta,

este povo já sofreu...

Somente o fado escuta,

destino... que Deus lhe deu.

Da Europa parente pobres,

é esse o nosso destino...

De orgulhosos e nobres,

de justiça paladino...

Poeta... que resta agora ?

Apenas grande tristeza...

Já creio chegada a hora,

do povo mostrar firmeza.

Ser-mos um povo que grita,

pela revolta do engano;

Esta luta será escrita,

pela dor... do desengano.

Promessas leva-as o vento,

apenas isso nos deram...

Para nossos filhos sustento,

isso eles... o esqueceram.

Este povo não merece,

este destino tão pobre...

Quem manda até esquece,

que a verdade é sempre nobre.

No tempo do Estado Novo,

este povo já lutava ...

Tinha o ópio do povo,

mas a revolta... cantava.

Ó poeta já esqueceste,

a glória da tua luta...

Foste um homem e mereceste

pela nobreza... e conduta.

Seres a glória do país,

e de toda a nossa gente...

Este poema te diz,

como eu ficarei contente.

Poema dedicado ao iminente poeta Manuel Alegre, para que reavive a sua luta por este nosso tão querido cantinho. Já presides os poetas, que um dia o sejas de todos nós.

O Alegre é nossa gente,

Portugal vai caminhar…

A nossa alma ainda sente,

que o nosso destino é o mar.

Ó poeta diz presente,

todos nós vamos ganhar...

Sines – Portugal

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 21/07/2006
Código do texto: T199098