(FUNDAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO)

Tudo aqui começou
Seguindo algumas regras
A primeira delas foi a escolha
Feita por Manuel da Nóbrega.

Um grande privilégio
E também bem escolhido
O local onde o colégio
Foi assim construído.

Talvez não acredites
Em tudo que eu falo
Da construção de pau-a-pique
É que nasceu SÃO PAULO.

Anchieta estava lá
Para o colégio construir
Uniu-se a Tibiriçá
Aos índios e Caiubí.

Homem de visão
E muito trabalhador
Para essa construção
Manuel da Nóbrega o enviou.

Eis o terceiro colégio regular
Do nosso querido BRASIL
Para a missa inaugural celebrar
Manuel de Paiva surgiu.

A cidade acabou de passar
Por tão grande faceta
E todo mundo a se orgulhar
Do nosso saudoso Anchieta.

Apesar de sua doença
Anchieta não desistia
Ele tinha muita crença
Em tudo o que fazia.

Ele andava a pé
Em contato com a floresta
Por caminhos, por veredas,
Que pelos tupis eram abertas.

Anchieta era um homem
Que muita coisa sabia
Até versos na areia
Para a virgem escrevia.

Anchieta compôs hinos
A linguagem era tupi
Convidava velhos, jovens e meninos,
Para a ele virem ouvir.

Não se preocupava
Com a sua aparência
Tudo o que ele gostava
Era ordem e decência.

Us cuidavam da comida
Outros eram barbeiros
Uns iam rachar a lenha
Outros eram cozinheiros.

Anchieta tinha coração aberto
Era homem de comunhão
Sempre tinha alguém por perto
Ouvindo a sua pregação.

Oh, saudoso Anchieta!
Coração que não se cansava
Leitura aos velhos, jovens e crianças,
Também ele ensinava.

Assumiu um cargo mais alto
Tinha que viajar bastante
Fazia tudo com alegria
Não reclamava nem um instante.

Apóstolo do BRASIL
Trabalhou com amor
O povo nunca esqueceu
Daquele irmão lutador.

No ano de 1597, em Reritiba, morreu...
O nosso José de Anchieta
Sua luta cessou
E um grande exemplo nos deixou.

Colégio de São Paulo, início de tudo
Paupérrima e estreitíssima cabanazinha
Tão maravilhosa és tu
Estás na história da América do Sul.

Colégio de São Paulo
Do campo de Piratininga
Berço da cidade de São Paulo
Grande centro industrial da América do Sul.

Estava escrito em uma carta
Tudo o que aconteceu
Toda alma ficou farta
Quando aquela carta leu...

Publicado no Recanto das Letras em 22/07/2006
Código do texto: T199753


 


Em 24 de dezembro de 1553, junto com um novo grupo de jesuítas solicitado por Manoel da Nóbrega, chega o irmão José de Anchieta, com 19 anos de idade. Mais tarde, este religioso viria a ser cognominado "Apóstolo do Brasil" e primeiro poeta da literatura luso-brasileira.

Logo depois do dia de Reis, o grupo sobe a serra de Paranapiacaba, em direção à Santo André da Borda do Campo, diretamente para a casa do João Ramalho, após 18 dias de jornada. No dia seguinte, tomam o caminho de Piratininga, na busca de um local para a fundação do Colégio dos Jesuítas. Escolhem uma colina chamada Inhapuambuçu, sobre o vale do Anhangabaú, e constróem um barracão que viria a funcionar como escola de catequese. Ainda na manhã de 25 de janeiro de 1554, Manoel de Paiva, que viria a ser o primeiro diretor do colégio, celebra, assistido por José de Anchieta, a missa campal que marca o início do funcionamento do Real Colégio de Piratininga.

O nome São Paulo foi escolhido porque no dia da fundação do colégio era o dia 25 de janeiro que a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso, conforme informa o padre José de Anchieta em carta aos seus superiores da Companhia de Jesus:

-"A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo e, por isso, a ele dedicamos nossa casa".


 
(Edson dos Santos)
Enviado por (Edson dos Santos) em 24/01/2010
Reeditado em 25/01/2021
Código do texto: T2047481
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