SEM VOCÊ

Perder você por alguém,

que não sei de onde vem,

herdado, do vento ou do além...

nada sei do mistério,

dos leitos no cemitério,

de gritos ouvidos na noite,

como respostas ao meu sofrer.

A dor é tão profunda,

que parece não cessar nunca.

É tão intensa, como a lápide imensa

que descansa sobre ti.

Indiferente ajo eu,

à alegria , e até à poesia,

que me visita todo dia,

no intelecto alvorecer.

Indiferente vejo eu,

a mágica do pássaro beijando

a flor branca ou pinc do jambo.

Nada importa agora,

se o pensamento é vago,

mesmo quando vejo o lago,

que era verde, todo verde,

de esperança no meu Deus.

A tela branca permanece,

mesmo com aquarela floral,

com perfume angelical,

que percorre teu corpo inerte,

sem o tétrico cheiro do éter.

Enfim A vejo...

num jardim multicor,

deitada num travesseiro de flor.

Paro então nesse momento,

dou- lhe o último beijo,

solto-lhe a mão e a deixo,

seguir o caminho do vento,

ao encontro de DEUS.

Luz Miranda
Enviado por Luz Miranda em 27/01/2010
Reeditado em 29/01/2010
Código do texto: T2054858