150 - NO JOGO DA VIDA - PRIMEIRO TEMPO...

150 – NO JOGO DA VIDA - PRIMEIRO TEMPO...

Hoje foi uma manhã especial, ensolarada, céu sem nuvens.

"Mas, sem todo aquele calor de fazer medo até nos camelos e dromedários lá no deserto do Saara, ou nas dunas de Fortaleza". “Como aqui não tem camelos, somente uns cachorros vagabundeando pelas ruas à procura de alguma coisa para comer. Até eles, quando o calor está demais, atravessam as ruas procurando sombra rente às paredes das casas e ficam ali cochilando e pedindo que o mundo se transforme em imensa sombra”.

Seguindo uma tradição desde que aposentou a velha e amiga máquina de costura, Sô Chiquinho Alfaiate abriu as portas da Alfaiataria que já não funciona mais como tal, como, aliás, faz todas as segundas, quartas e sextas-feiras. Ali, ele recebe muitos amigos.

Estávamos lá Sô Jair Pires, Chiquinho, Zezinho dentista, Roberto Linhares, e eu, a falarmos sobre as coisas e gente da nossa terra.

Um dos assuntos que rolou foi a morte intempestiva do Aníbal Moura, amigo e frequentador do POINT, sito no cruzamento das Ruas Ipoema, Dr. José de Grisolía com a Rua Alfredo Sampaio/Avenida Martins da Costa e Dom Prudêncio. Por aqui cruzamento mais famoso que a Ipiranga com a Avenida São João na capital paulista. “Se bem que falar sobre a tempestividade da morte é coisa complicada, salvo nos locais onde há pena de morte, nestes lugares há com a dita, um encontro marcado, assim, de outra forma, ela com certeza ela não manda cartão de visitas nem mesmo telefonemas, telegramas ou simples e-mail”.

Sempre que podia lá estava Aníbal, junto aos amigos, a pontificar e há colocar na ordem do dia os problemas do cotidiano. Lá, fazia reparos nas contas e obras públicas desta cidade, do país ou mesmo do mundo. Assunto era o que não faltava para três ou quatro horas de bom papo. Não rolava muito assunto de política partidária, pois, tanto quanto na Grécia, já dizia o filósofo, “Cada um na sua”.

Por sabedoria e experiência adquiridas ao longo dos muitos anos sabemos que o partidarismo que não tem nenhuma responsabilidade filosófica não merece nem mesmo a perda de tempo da discussão, na maioria das vezes o arranjo constitui-se em colocar todos os gatos no mesmo saco.

Mudando de pau para cavaco com variações dentro do mesmo tema “Lamentações” pelos amigos que foram para o outro andar. Simples maneira de dizer, atualizando as contas, Roberto Linhares, falou dos três irmãos e Sô Jair Pires dos seus.

Fechando as contas e passando a régua como diz o humorista.

Direcionando o foco para recordações que trouxeram bons momentos nas lembranças de todos a respeito de Itabira, Santa Maria e Ferros e de um logradouro de nome “CHAVES” que não seguindo a marcha, o tempo passou sobre ele como um tsunami sem terremoto ou maré e riscara a VILA do mapa para sempre.

Jair Pires e Chiquinho lembravam com intensas saudades as viagens, passando pelo local em direção à cidade de Ferros.

Aproveitando breve silêncio, coisa rara até aquele momento, falei da professora, poetisa, cronista e artista plástica itabirana Celina Figueiredo que ao comentar um dos meus escritos “UM HOMEM DE PALAVRAS” falou que reconhecia ali um amigo da família o Chiquinho da Dona Amaziles e que estava com saudades do amigo, lembrando-se que na juventude ele trabalhara com seu pai na Alfaiataria. O Roberto Linhares lembrou também que o engenheiro Cláudio Figueiredo irmão da Celina trabalhara na Vale aqui em Itabira. Aliás, recordo-me também eu trabalhara com ele, ou melhor, sob sua chefia. Importante informar à amiga Celina que o Chiquinho afirmou que na sua formação profissional e como homem e cidadão, deve tudo o que sabe ao seu pai José Figueiredo. Saiba, portanto, amiga, que o Chiquinho neste momento é só emoção ao lembrar-se do seu pai como e amigo patrão.

As lembranças aflorando e Sô Jair Pires comentando e eu pensando cá com os meus botões... Ali estava sendo lembrada uma geração de alfaiates já que ele também aprendera o ofício na alfaiataria do senhor Ismar. Chiquinho completou dizendo que o Manjair também fora aprendiz de Alfaiate, perguntando se eu o via sempre, informei que a última vez que o vira foi no Carnaval, na brincadeira realizada na Praça defronte a Igreja Nossa Senhora da Piedade e atrás da Coopervale, estiveram lá em uma noite ele Dona Naná e filha. _ Manjair, Sô Chiquinho, reclamou que você anda sumido!

Esses encontros merecem placa e música. Em outro dos muitos já vivenciados Seu Chiquinho disse que os amigos como Senhor Raulino, Geraldão e Dorico também batiam ponto, digo papo horas a fio. Ah! Celina antes que me esqueça, o Chiquinho disse ter para com vocês uma ETERNA DÍVIDA e GRATIDÃO são melhores palavras e sentimento.

“CONFRARIA DOS AMIGOS DO CHIQUINHO ALFAIATE”

Fundada em 09/03/2010

CLAUDIONOR PINHEIRO
Enviado por CLAUDIONOR PINHEIRO em 01/04/2010
Reeditado em 03/04/2010
Código do texto: T2171661