Mãe

Difícil começar a descrever-te, pois palavras não seriam suficientes !

Lembro-me da primeira vez em que senti medo, eu ainda muita menina, sai da escola sorrindo e brincando com meus coleguinhas, mas quando cheguei exatamente no portão da escola, vi a presença de meu pai, ele nunca ia buscar-me, meu sorriso fechou-se e ali naquele momento eu tive o encontro com o medo, meu coração de menina sabia que algo estava errado, ele não se enganara, minha mãe havia se acidentado!

Eu morava no final de um morro,quando minha mãe saia cedo, eu ia varias vezes a rua para ver se ela já estava vindo e tão alegre eu ficava quando conhecia o andar ao longe daquela senhora, sempre carregando algo em suas mãos, parecia carregar sonhos!Era uma alegria só quando ela com seus pés empoeirados chegava e abria as bolsas!

Com a adolescência vieram às divergências, eu queria ser dona de meus caminhos, ter a sonhada independência, suas palavras dirigidas a mim, eu não queria aceitá-las.

Eu cresci e já dona de meus passos, numa noite senti muito frio, minha temperatura elevava-se, eu estava febril, sozinha, lembrei-me das mãos de minha mãe em minha face, de sua presença sentada ao lado de minha cama com aquela caneca de chá, insistindo para que eu ingerisse pelo menos alguns goles.

Quando eu me sentia só,bastava sentar-me ao lado daquela senhora já bem idosa, surrada pelos açoites da vida, que logo meu coração encontrava conforto.

Ela ficava feliz quando reunia todos seus filhos, eu parava e contemplava em seu olhar a euforia de ter preparado homens e mulheres para o caminho do bem. Era um olhar de realização!

Hoje ela não está mais aqui conosco, foi recolhida pelo Senhor! Ficou em meu peito a saudade que nunca será banida, sigo minha trajetória seguindo o exemplo daquela mulher, foi valente e guerreira e que me amou até o ultimo dia de sua vida.

O amor de uma mãe é incomparável.

Damiana Almeida
Enviado por Damiana Almeida em 23/07/2010
Reeditado em 24/07/2010
Código do texto: T2395670
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