O ALFAIATE

Mãos delicadas,

de fadas,

Oficio calado ,

de fato,

Dedos finos,

sem calos,

Na conclusão do dedo,

um dedal

Pontos retos,

na retidão das linhas,

das mãos

Caminhos bordados,

Em ponto agulha,

Cada ponto, subtrai um tempo,

Que desliza, no alinhavo de passos

Do caminho central do tecido.

Hoje esquecido,

No silêncio do armário,

Novo percurso, mãos trêmulas

Passos roucos, voz frouxa,

Trouxa de restos de tecidos,

Esquecidos na disfunção

de um cérebro morto.

Mas... tecidos na linha de um tempo

jamais esquecido.

Luz Miranda
Enviado por Luz Miranda em 19/08/2010
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