O ALFAIATE
Mãos delicadas,
de fadas,
Oficio calado ,
de fato,
Dedos finos,
sem calos,
Na conclusão do dedo,
um dedal
Pontos retos,
na retidão das linhas,
das mãos
Caminhos bordados,
Em ponto agulha,
Cada ponto, subtrai um tempo,
Que desliza, no alinhavo de passos
Do caminho central do tecido.
Hoje esquecido,
No silêncio do armário,
Novo percurso, mãos trêmulas
Passos roucos, voz frouxa,
Trouxa de restos de tecidos,
Esquecidos na disfunção
de um cérebro morto.
Mas... tecidos na linha de um tempo
jamais esquecido.