A Passagem do Amigo (Pêsames)
FAYRUZ (in memoriam)
Os laços foram se afrouxando desde há alguns dias
Como se a alma buscasse uma fresta no corpo e
Escorresse por entre os pilares sólidos de si mesmo.
Enxurrada a lavar as pedras do caminho percorrido.
Deixa como ciscos mal varridos as lembranças espalhadas.
Num pote da memória as atitudes com todos e com a vida.
Registro nas páginas do Livro da Trajetória de cada um.
Perolas e fatos, o seu tesouro pessoal, sua ação no mundo.
Viveu o que lhe coube e o que pôde fazer debaixo do sol.
Buscou uma existência singular, no discurso e na ação.
Saboreou as próprias glorias no aconchego do seu recato.
Foi-se, passou, tatuou em todos sua generosidade impar.
Marca indelével que coloca uma raiz inflexível na sua vida
Sem sair do seu senso de medida determinado, seu eixo.
O AMIGO se foi, mas, apenas o seu corpo. Só o corpo combalido, envelhecido, cansado de perambular pelas sombras da dor... O corpo devorado pelo caranguejo, ao se descascar, revelou o Fairuz, a turmalina brilhante da sua alma, pronta para o vôo.
Companheiro, fico feliz com que tenhas ido, mas triste, pela falta que nos fará... tua presença é a lembrança, VAI EM PAZ! HA Shem te receba.