Viver é o que importa! (resgate no Chile)

Desde o dia em que os trinta e três mineiros ficaram soterrados no deserto do Chile, o mundo se uniu em expectativa e oração. Foram mais de dois meses em que aqueles homens ficaram em condições subumanas, sem conforto, sem a luz do sol, sem alimentação adequada, distantes das famílias, só restando-lhes a Fé e a Esperança na inteligência humana, que pudesse devolver-lhes a liberdade tolhida.

Quantas noites em claro no ventre daquele chão, quantas lágrimas e orações contracenaram naquele cenário escuro, sem cor, em que só a esperança por mais remota que fosse, reinou acalentando os corações aflitos.

Em contrapartida, lá em cima, a quase setecentos metros de altura, homens não menos valorosos e não menos corajosos, fizeram frente ao trabalho de resgate. Tudo foi medido, passo a passo. Não tinha espaço para erros, não tinha tempo para projetos grandiosos. Engenheiros preparados monitoraram e realizaram com a ajuda da tecnologia empregada para prospecção e perfuração do solo, o maior resgate feito até hoje, com sucesso.

Quem acompanhou o momento em que os trabalhadores deixaram o refúgio, deve ter ficado perplexo com o que testemunhou, assim como eu fiquei. Ao invés de pessoas desnorteadas e abaladas, doentes ou desnutridas o que se viu no desembarque foram homens de coragem que resistiram a mais extrema experiência de confinamento e medo. Viu-se expressão de humildade e resignação. O abraço recebido e o beijo esperado tiveram sabores que nós desconhecemos.

Cumprimentos a equipe de resgate que não mediram esforços para que o sucesso fosse garantido e aos mineiros pela paciência e convicção de que “Viver é o que importa”.

SILVIA TREVISANI
Enviado por SILVIA TREVISANI em 15/10/2010
Reeditado em 15/10/2010
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