PARA MINHA MÃE
PARA MINHA MÃE
Minha mãe.
Ah! Minha mãezinha, quanta falta me faz.
Lembrar-me da senhora quando eu era criança
Quando as chineladas não me poupavam.
Recordar-me da senhora.
Doce mãezinha!
E buscar num passado que se faz longe
Mas, que não me deixa esquecer.
Daquele seu ar de mulher brava
Que era só aparência,
No fundo era uma melosa igual a todas.
As mães são assim
Querendo nos passar a sua experiência
E nós sem ainda entender o que realmente é a vida.
Muitas vezes não as compreendemos.
Não damos a essa grande mulher o devido valor
Precisamos perdê-la para entender o que foi esse ser.
Loba, uma leoa que dará sua própria vida.
Para a defesa do seu filhote.
Quanto queria tê-la hoje
Para retribuir com o pouco que tenho
O muito que ela me fez
Que fosse apenas para estar ao seu lado
E através do seu semblante
Acalmar-me em minhas dores.
Hoje teceria de renda
Um avental para cobrir o seu colo
Cobriria de flores o seu caminho
A colocaria num altar, pois
É onde deveriam estar nossas mães.
Os filhos nunca crescem para as mães
E as mães não deveriam
Jamais envelhecer para os seus filhos.