DESPEDIDA
Olhei para ela e la para mim mais uma vez, pela última vez e parti, com o coração partido, mas o que fazer?
Ainda nos gostávamos, mas já não era nova, era de 1956, mesmo considernado que mantinha aquele brilho e as formas de quando nos juntamos. Estava decidido, ela ia pertencer a outro e eu partiria para outra, sem mágoas, só ficariam boas lembranças.
As nossas viagens a Friburgo. Quanta felicidade. Me aguardava todo dia na saída do trabalho, íamos juntos para casa. Saíamos para jantar, para o teatro. Ela, sempre excelente companhia, topava qualquer parada, sol , chuva. E aquele fim de semana em Búzios? Hotés lotados, dormimos juntos na praia. Não sei se foi amor ou paixão, pouco importa. Como nos entendíamos... Reagia ao meu menor toque, se ligava de primeira. Tivemos, como todos, momentos tensos, embora poucos. Certa vez, deixei-a em casa para ir ao Maracanã, como ela não estava lá muito bem, saí sozinho. Ela parecia arriada. pórém no dia seguinte, após alguns acertos voltou a ser a de sempre.
Não sei se vou arranjar outra igual ou parecida (mais nova, é claro), principalmente em relação ao desempenho. Segurava-a com as duas mãos e ia fundo, num piscar de olhos ela já estava quase voando. Infelizmente, nos últimos anos começaram a surgir problemas com frequencia. Agora ela estava bebendo demais. Ningém é perfeito, tudo tem o seu preço. E por falar em preço, quando estará custando hoje uma BMW nova?
_______________________________________________________
A ESPERA
Texto esccrito em 1990, quando solteiro, vagando pela noites cariocas.
Às vezes penso: - Você não existe, ou então errou de endereço e se extraviou de vez. Por que ainda não veio? Essa demora não chega a me derrotar, mas ganha alguns assaltos da ilusão, até por dois pontos de vantagem, numa hipotética luta de box. O combate nbão tem fim , é equilibrado e sem descanço.
Hámuito desisti de sair a sua procura. Visualizei você brincando com a minha espera insistente, se escondendo feiot criança por entre a multidão e mandando as mais diversas amigas , periodicamente lhe representar. Umas carinhossaas, outras carentes, perdidas, se´rias - todas tendso em comum um só detalhe: não são você (acho que lhe reconhecerei peloperfume).
Agora optei simplesmente por deixar-me encontrar. Passo o tempo distraído com prazeres menores. O máximo que me concedo é, disfarçadamente, uma ida à janela, sob pretexto ( de mimpara mim) de olhar a rua.... que sabe , ali no momento não estaria você passando?
Não tenho idéia definida de como este encontro acontecerá, nem do tipo de impacto que causará a ambos. Suposições , muitas. Imagino um acontecimento casual, inesperado como um susto, de consequencias próximas ao êxtase, com um leve gostinho de infinito. Por hoje, isso é o bastante.
(do livro de humor reflexivo "O Homem perente a mulher" 1992 - Luiz Otávio)
Olhei para ela e la para mim mais uma vez, pela última vez e parti, com o coração partido, mas o que fazer?
Ainda nos gostávamos, mas já não era nova, era de 1956, mesmo considernado que mantinha aquele brilho e as formas de quando nos juntamos. Estava decidido, ela ia pertencer a outro e eu partiria para outra, sem mágoas, só ficariam boas lembranças.
As nossas viagens a Friburgo. Quanta felicidade. Me aguardava todo dia na saída do trabalho, íamos juntos para casa. Saíamos para jantar, para o teatro. Ela, sempre excelente companhia, topava qualquer parada, sol , chuva. E aquele fim de semana em Búzios? Hotés lotados, dormimos juntos na praia. Não sei se foi amor ou paixão, pouco importa. Como nos entendíamos... Reagia ao meu menor toque, se ligava de primeira. Tivemos, como todos, momentos tensos, embora poucos. Certa vez, deixei-a em casa para ir ao Maracanã, como ela não estava lá muito bem, saí sozinho. Ela parecia arriada. pórém no dia seguinte, após alguns acertos voltou a ser a de sempre.
Não sei se vou arranjar outra igual ou parecida (mais nova, é claro), principalmente em relação ao desempenho. Segurava-a com as duas mãos e ia fundo, num piscar de olhos ela já estava quase voando. Infelizmente, nos últimos anos começaram a surgir problemas com frequencia. Agora ela estava bebendo demais. Ningém é perfeito, tudo tem o seu preço. E por falar em preço, quando estará custando hoje uma BMW nova?
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A ESPERA
Texto esccrito em 1990, quando solteiro, vagando pela noites cariocas.
Às vezes penso: - Você não existe, ou então errou de endereço e se extraviou de vez. Por que ainda não veio? Essa demora não chega a me derrotar, mas ganha alguns assaltos da ilusão, até por dois pontos de vantagem, numa hipotética luta de box. O combate nbão tem fim , é equilibrado e sem descanço.
Hámuito desisti de sair a sua procura. Visualizei você brincando com a minha espera insistente, se escondendo feiot criança por entre a multidão e mandando as mais diversas amigas , periodicamente lhe representar. Umas carinhossaas, outras carentes, perdidas, se´rias - todas tendso em comum um só detalhe: não são você (acho que lhe reconhecerei peloperfume).
Agora optei simplesmente por deixar-me encontrar. Passo o tempo distraído com prazeres menores. O máximo que me concedo é, disfarçadamente, uma ida à janela, sob pretexto ( de mimpara mim) de olhar a rua.... que sabe , ali no momento não estaria você passando?
Não tenho idéia definida de como este encontro acontecerá, nem do tipo de impacto que causará a ambos. Suposições , muitas. Imagino um acontecimento casual, inesperado como um susto, de consequencias próximas ao êxtase, com um leve gostinho de infinito. Por hoje, isso é o bastante.
(do livro de humor reflexivo "O Homem perente a mulher" 1992 - Luiz Otávio)