Mulheres...
Toda mãe sabe a dor que sente
Quando vê o filho sendo enterrado como indigente
Na mão de nossa gente, do mesmo ambiente
Lógica contrária infelizmente
No rosto traz marcas das porradas da vida
Com a proximidade da conduta bandida
O coração cheio de calo
E a naturalidade de quem já viu várias almas ir de ralo
Faz dela mais forte, as vezes insensível
Levanta na guerrilha do jeito que é possível
Mãe que chora, se humilha, levanta
Com o óbito do filho intalado na garganta
Faz oração pra Santa, de vez em quando ela canta
Pra ver se todo mal, a voz espanta
Novinha, acordada a noite inteira
Diversão de menino, conhecida como boqueteira
Adolescente, conduta adulta
Tratamento VIP pior que prostituta
Inicio da vida, parece momentos finais
Contato intimo por causa de cinco reais
Vive seu drama, bem longe da cama
Trabalha com o corpo quando jovem lhe chama
Aparentemente por prazer, faz por fazer
Se arrisca sem ter medo de perder
Ausência do amor com a presença do dinheiro
Faz a mãe levar a filha junta pro puteiro
Saliva com semem, meninos que gemem
As pernas e as estruturas se tremem
(Essa é mais uma dor que o tempo não vai curar)
(Com o passar, pode até cicatrizar...)
(A vida não te deixa mais sorrir)
(Estrago inevitável é o que te faz sentir)
(Menina que vem, bandida que vai)
(Ambiente destruído é difícil ter Paz)
(Mas a vida não acabou não...)