Mulheres...

Toda mãe sabe a dor que sente

Quando vê o filho sendo enterrado como indigente

Na mão de nossa gente, do mesmo ambiente

Lógica contrária infelizmente

No rosto traz marcas das porradas da vida

Com a proximidade da conduta bandida

O coração cheio de calo

E a naturalidade de quem já viu várias almas ir de ralo

Faz dela mais forte, as vezes insensível

Levanta na guerrilha do jeito que é possível

Mãe que chora, se humilha, levanta

Com o óbito do filho intalado na garganta

Faz oração pra Santa, de vez em quando ela canta

Pra ver se todo mal, a voz espanta

Novinha, acordada a noite inteira

Diversão de menino, conhecida como boqueteira

Adolescente, conduta adulta

Tratamento VIP pior que prostituta

Inicio da vida, parece momentos finais

Contato intimo por causa de cinco reais

Vive seu drama, bem longe da cama

Trabalha com o corpo quando jovem lhe chama

Aparentemente por prazer, faz por fazer

Se arrisca sem ter medo de perder

Ausência do amor com a presença do dinheiro

Faz a mãe levar a filha junta pro puteiro

Saliva com semem, meninos que gemem

As pernas e as estruturas se tremem

(Essa é mais uma dor que o tempo não vai curar)

(Com o passar, pode até cicatrizar...)

(A vida não te deixa mais sorrir)

(Estrago inevitável é o que te faz sentir)

(Menina que vem, bandida que vai)

(Ambiente destruído é difícil ter Paz)

(Mas a vida não acabou não...)

FaBinhO Endecha Veraz
Enviado por FaBinhO Endecha Veraz em 02/12/2010
Código do texto: T2650006