MEU PAI ESTÁ NOCÉU

MEU PAI, ESTÁ NO CÉU

Oi Pai!

Hoje dia dos Pais, assim como todos dias de minha vida, sempre vou lembrar de você ( permita-me chamá-lo de você). Estou te escrevendo, ou seja, estou transcrevendo para o papel tudo aquilo que desejaria dize-lhe se estivesses aqui, agora. Faz 35 anos que estás ao lado do nosso Pai Celestial, mas ainda não me perdoou por não ter tido a oportunidade de ter retribuído um pouco mais de tudo que me deste. Além do amor que tinhas por todos os filhos eu me sentia mais amado, principalmente depois daquele dia que me repreendesse com severidade, onde passei a viver sozinho. Me vi só, sem a segurança que me passavas desde criança, quando andávamos juntos e você segurava minha mão.

Pai, você sempre me mostrou o caminho a seguir, sem palavras pois era seu estilo, mas com seu exemplo de vida. Trabalhador, batalhador pelo nosso sustento, exemplo de garra tenacidade, disposição, incansável. Como servo de Deus sempre foi disponível para a obra do mestre, como iniciador da Igreja Presbiteriana de Cruz das Armas, desde a congregação em sua casa, até a sua ida para a glória. Não tinha tempo nem hora, para exercer atividades como diácono, presbítero, evangelista, pedreiro, eletricista, carpinteiro, pintor, zelador, etc. enfim um verdadeiro servo( Olha Pai espelhei em você! ). Um Pai zeloso, participativo, alegre, ríspido quando necessário. Hoje Pai, dou graças a Deus pelos castigos e surras que levei, por não entender o seu amor. Como esposo foi um exemplo de fidelidade a companheirismo. Lembro-me que mesmo em uma época que o machismo era dominante, você fazia referências elogiósas de público a minha mãe, pela fortaleza que ela representava à sua vida, sempre a chamando de “ Meu esteio. ”

Pai, lembra quando eu lhe dei o primeiro beijo, eu já era homem formado, quando me encontrei com você em frente a igreja e lhe dei aquele beijo, você ficou espantado, sem saber o por que daquela atitude, não muito comum na época. Foi aí que eu lhe disse EU TE AMO MEU VELHO! Daí pra frente sempre que chegava ou saia lhe beijava. Pai, meu olhos ficam lacrimejando quando lembro dos nossos telefonemas, quando casei e fui morar em Cuiabá, nós nem nos falava-nos por telefone, apenas chorávamos, onde o seu médico lhe proibiu de me telefonar. Você foi o pai mais presente que um filho desejaria ter. Quando casei você disse que estava ganhando mais uma filha. Esta sua filha Pai, lhe deu um neto, Samuel, já é um homem com o qual, assim como eu, você se orgulharia. E uma neta Pai, Suélen ( lembra do filme Dallas que assistíamos juntos) ela é linda mulher Pai, tenho certeza que você a ostentaria como um troféu. Sempre falo pra eles, que seriam os netos que você mais paparicaria.

Pai, dou graças a Deus pelo Pai que tive, agora Ele o tem. Prometi a mim mesmo, a você Pai e a Mãe que nunca os decepcionaria, se não cumpri com esta promessa, me perdoe. Eu sei que não és onisciente, onipresente, nem onipotente, sei que não me escuta e não me vês, esta carta é a expressão introspectiva externada de um filho que foi por você transbordantemente amado, que agora se expressa em forma de homenagem no seu dia. Pai estou firme na palavra de Deus e procurando seguir seu exemplo, o que me dá a certeza que nos encontraremos na glória.

Um grande beijo, "me dê sua bênção".

Seu filho caçula.

DÁRIO RODRIGUES FERRER

DFERRER
Enviado por DFERRER em 08/12/2010
Reeditado em 08/08/2017
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