À FERNANDA XERES - pelo email de felicitações recebido

Oh! Fernanda! Peço-lhe perdão. Realmente eu ainda não havia lhe dedicado uma homenagem de fim de ano a altura do que você merece. Mas venho aqui assentar este, incluindo um trecho de meu livro: “CALENDAS DE UMA VIDA” em cujas páginas citam fatos relativos a minha trajetória de “CONVICTO DE JESUS CRISTO”. O texto se relaciona com o entendimento cristão que portas no coração. Este comentário equivale a resposta de seu email, o qual me deixou imensamente feliz em receber.

* * *

Desejo-lhe sucessos e muitas vitórias junto aos seus familiares. Leia o trecho a seguir e saiba um pouco de minha vida de peregrino.

~~~~~~~~~~~~~~~~

PÁGINAS 91,92,92,94 DE "CALENDAS DE UMA VIDA"

"Meu pai naqueles dias estava trabalhando com meu tio José, num garimpo no rio Sapucaí. Há tempos que não conseguia achar diamantes. Porém não passávamos necessidade já que com meus proventos, auferidos na oficina consertando rádio e TV, mantinha a casa, todavia não conseguia adquirir as coisas que desejava ter. Lembro-me que há tempos eu queira comprar um relógio de pulso, mas não sobrava para tal. Reclamando para meu pai ele dizia:

-Qualquer dia destes Deus me fará achar uma boa pedra e lhe darei um de presente. Poderás até escolher numa loja.

Tive fé no que ele falou, mesmo por que citara o nome de Deus em que eu acreditava e amava de todo coração.

Os acontecimentos se desenrolaram de forma que meu pai achou mesmo um grande diamante, embora de pouco valor por ser uma pedra imperfeita. Pesou vinte e dois quilates; caso fosse perfeita nossa vida estaria arranjada por uns bons anos, porém foi vendida duzentos por cento abaixo do valor, contudo deu para meu pai ajeitar alguns negócios e comprar-me o relógio.

Sobre aquele achado ele testemunhou na igreja o seguinte:

-Agradeço a Deus perante os fraternos pela benção que me concedeu de achar um diamante. A forma pela qual encontrei essa gema foi interessante: Estava tirando uma cata no manchão, a par com meu irmão, quando me lembrei de uma palavra exortada na igreja num dos últimos cultos em que estive presente. Pela boca do pregador o Senhor mandava alguém lançar a rede à direita. Entendi que eu teria que tirar uma cata á direita de onde estava. Falei para meu irmão sobre o assunto, vindo ele a concordar que eu deveria obedecer. O problema é que à direita de onde estávamos aparentemente não havia cascalho, contudo resolvi tirar o pouquinho que existia na piçarra. Ao tirar, consegui menos de um corte, porém ao lavar e bater a peneira média no piquete, lá estava a gema, feia, cheia de jaça e toda lascada, mas com sua venda deu para desafogar alguns apertos financeiros que me atribulavam. Deus seja louvado!

Lembro-me que meu pai ficou feliz com aquele achado. Com o fato, fomos numa joalheria na qual comprou-me um belo relógio, cumprindo assim o que me prometera.

O acontecimento relatado acima ocorreu antes de nossa mudança para Ribeirão Preto. Como eu disse: fiquei três meses longe de minha família. Em tal período fiz algumas missões nas regiões de Delfinópolis. Vale dizer que nos primeiros meses de sessenta e sete, (bem antes do acontecimento na barragem) eu e um outro fraterno por nome José Fioti, tínhamos feito as primeiras viagens de evangelização em tal cidade. A obra de Deus, portanto, estava iniciando por lá. Com o advento do meu novo fervor desejei reiniciar um trabalho de visitas naquela cidade, um tanto difícil de ir devido a travessia da balsa.

Mas não olhando as dificuldades, empreendemos algumas missões, que perduraram por uns quatro anos, vindo em certo tempo haver a estabilidade da obra do Senhor na localidade. Lembro-me que os primeiros batismos foram celebrados no lago, no final da rua central. Minhas recordações daquelas festas são férteis. Eu tocava trombone na época. Nos dois batismos em que participei, estivemos num bom número de músicos. O som dos instrumentos se distanciava ao nível das águas do lago, misturando à brisa mansa e refrescante, trazendo aos nossos corações uma resposta em forma de paz e alegria interior.

Oh! Saudades! Até compus uma por nome “ A grande Aventura”

“Ó jovens fraternas,

meninas sorridentes,

que enfeitam sempre

a festa dos crentes.

Eis uma canoa,

vamos alugá-la,

e por entre as taboas,

tentar manobrá-la.

Mas somos em muitos,

portando instrumentos!

Iremos afundar

e teremos lamentos!

Mas se conseguirmos,

chegar do outro lado.

Numa grande aventura,

voltaremos a nado!

O poema acima marcou em minhas memórias a festa do primeiro batismo da C. Cristã celebrado em Delfinópolis. Depois da festa espiritual eu e mais alguns jovens, entre eles, algumas moças. Alugamos uma canoa para darmos umas voltas sobre o lago. Aconteceu que éramos em muitos e todos queriam ir de um só vez. Mesmo sob protestos do remador, empreendemos o passeio, mas a canoa quase virou. Os momentos de emoções ficaram para estas calendas como uma doce recordação da inesquecível festa.

De todas as localidades em que eu e algum companheiro evangelista visitamos na época, a pequena Delfinópolis ficou marcada como um ponto de partida espiritual. Talvez pelos lagos e a natureza do lugar, assim como a travessia pela balsa e outros fatores mais, até os dias de hoje tenho reais alegrias quando para lá me dirijo.

Num tempo futuro, fui convidado por um fraterno por nome Olavo Pauli, a visitar uma fazenda nas imediações da pequena cidade. Levei um acordeão, no qual fizera adaptações eletrônicas, transformando-o para ter som de órgão. Houve admiração geral. Ficamos umas boas horas na tal fazenda, cuja proprietária era conhecida como vidente. Em certo tempo ela veio a se integrar na C. Cristã, passando a ser uma CONVICTA serva de Deus.

Em linhas futuras destas calendas ainda virei a fazer citações sobre minhas viagens para Delfinópolis.

* * *

FERNANDA RECEBA MEUS SINCEROS VOTOS DE AMIZADE E RESPEITO E QUE TENHAS, JUNTO AOS SEUS ENTES QUERIDOS UM PROMISSOR 2011