À NEUSA STAUT - para o texto: "Eu Pensei..."

Belo poema, Neusa. Seus pensamentos interferiram nos meus. Vim aqui para comentar e te falar que li diversos textos seus, pelos quais te classifico como uma grande e intelectual escritora. Pude ler a crônica "Vou Vender Meu Voto" e me vi envolvido com a determinação do rapaz. Mas vender voto também não é uma boa, pois não resolverá o problema. Mas acredito que a nossa futura presidente vai fazer alguma coisa para limpar o congresso, isto se ela conquistar os militares. Se tal ocorrer, penso que vai haver alguma mudança nesse Brasil, hoje contaminado pela ambição dos "eminentes" que só pensam nos gordos salários, esquecendo eles dos menos favorecidos pela sorte, como um rapaz chamado Kadhaun, de um romance meu, cujo título é:

OS PASSOS DE KADHAUN

ROMANCE – AUTOR: LUZIRMIL

I. COIMBRA “O PEREGRINO”

A tarde declinava. Qualquer observador podia notar as sombras vagarosamente descendo e cobrindo com seu manto escuro, as matas e campinas ao leste de Pratinha. Era o véu da noite açambarcando aquela parte do planeta, que com seu giro gradativo penetrava no próximo período de sombras.

A pequena cidade era afastada das grandes. Em seus arrabaldes do lado norte passava um córrego, tortuoso e sempre com as águas turvas. A casa de Onofre situava-se em suas proximidades; muitas vezes em tempos de cheia, as águas invadiam as imediações, causando transtornos aos moradores. Quando acontecia tal anomalia, os ribeirinhos ficavam atribulados.

O arraial ficava numa vargem baixa, em meio à região montanhosa que compunham aquelas plagas. Seu nome era oriundo das antigas minerações de prata que em tempos idos eram exercidos por miseráveis garimpeiros, cujos labores pouco lhes auferiam de lucro, haja vista a ação de espertos negociadores, que muitas vezes trocavam mercadorias alimentícias ou bijuterias baratas por quilos do precioso metal.

Onofre era um daqueles garimpeiros. Contava com vinte e dois anos, quando insatisfeito pela pobreza, quis sair para ganhar a vida em outras terras.

Ele era órfão de pai e não tinha irmãos, vivia porém com sua mãe, cujo nome era Vilma, num tosco casebre.

Quando menino, fora aventureiro. Seu passatempo predileto era fazer pipas e outros inventos, sempre tendo o pensamento de um dia voar pelos céus do planeta.

Mas seus pais falavam-lhe que aquele seu ideal era um sonho irrealizável. Ele jamais passaria de um simples garimpeiro. Mas mesmo tendo aqueles contragostos da família, Onofre fazia suas pipas, as vezes de grande tamanho, cada uma de formato diferente. Chegara empreender um arrojado salto numa delas do alto de uma montanha das imediações.

Bem...o certo é que Onofre estava decidido a se aventurar pelo mundo para concretizar seus ideais aventureiros.

Foi difícil dizer à sua mãe que ele iria tomar um rumo na vida. Mas acostumada com as agruras cotidianas, dona Vilma não fez oposição. Seus olhos todavia, marejaram de lágrimas. Afinal ele era sua única companhia.

Mas Onofre estava resoluto. Foi assim que depois de alguns preparativos iria partir na madrugada daquela noite, cujo princípio está descrito no início desta narrativa.

Foi com tristeza que se despediu de sua genitora, porém prometendo-lhe de voltar em breve para levá-la. Todos os moradores tomaram conhecimento de sua partida.

Era um moço inexperiente. Os anos que vivera até aquela data não lhe outorgaram conhecimento algum; nem sabia ler, visto que onde morava não havia professores. Um dote porém ele tinha: fazer pipas e outros engenhos, sempre relativos aos sonhos que curtia, de um dia voar.

Existiam quatro caminhos para quem quisesse sair de Pratinha, isto por que, além das montanhas descritas no início, havia um grande rio ao norte, cuja travessia só poderia ser feita num local, em que dois ou três pirangueiros cobravam alguns trocados para levar alguém à outra margem onde havia uma povoação mais evoluída. Onofre não possuía um vintém, para optar em seguir pela trilha do grande rio, cujo percurso seria mais curto para chegar numa cidade grande por nome Arantes.

Foi assim que de início ele optou em seguir na direção de um vilarejo, cujo nome era Cruzamento, isto por que já tinha ido lá algumas vezes. O povoado era uma praça de vaqueiros, onde havia a encruzilhada do caminho em que ele

seguiria, com a via para boiadas. Lá ele poderia optar em seguir em frente, à esquerda ou à direita.

Onofre, pois rumou para àquela vila. As estradas que partiam daquele ponto dirigiam-se à duas cidades maiores, eqüidistantes entre si cerca de oito léguas. Uma delas, a mais perto, ficava três léguas a oeste, nas proximidades do grande rio Maron, no sentido em que as águas corriam. A outra distava cerca de cinco léguas ao leste, numa região de serras.

* * *

ILUZÊNIO

O

NOMEADOR MAGO

Sergio Lacri era diretor presidente de uma universidade na grande metrópole de São Francisco, trinta milhas ao leste de Pratinha. Contava com cinqüenta e seis anos. Seu hoby predileto era construir dirigíveis e velejá-los. Em seu tempo de jovem, porém, trabalhara num circo, tendo aprendido com um dos circenses a arte de fazer mágicas. Para tanto ele assimilou daquele mestre algumas fórmulas de concentração visual, para que fizesse suas apresentações sob as induções de seu olhar. Ele tinha os olhos verdes, e aquele colorido dava-lhe o dom de chamar a atenção das pessoas, que ao fitarem-nos, inevitavelmente recebiam informações de seu pensamento. Eram as faladas mágicas hipnóticas.

O professor desejava conseguir oito discípulos, mas que preenchessem alguns requisitos, tais como: cor dos olhos, boa inteligência, que fossem jovens e sem instruções preliminares, além de ter aptidão para reter induções psíquicas.

Foi com árdua procura e alguns anos, que conseguiu sete alunos a quem, sob a força de seus olhos, passou informações psicossomáticas, adestrando-os em diversos estudos, assim como os ensinou a fazer balões simples ou dirigíveis.

Ele era professor de psicologia, contudo aos Nomeados, (como passou a designar seus discípulos) além daquela ciência, treinou-os na obediência, na humildade e na defesa; sem armas ou violências.

Em seu tempo de artista, Sérgio Lacri recebera o cognome de Iluzênio, nome pelo qual era conhecido na Universidade que dirigia, porém adotara o pseudônimo de Nomeador, isto por que tinha o hábito de dar nome às coisas ou fatores desconhecidos; e sempre que fazia um novo amigo dava-lhe um pseudônimo apropriado para seu reconhecimento.

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Bem.. o romance prossegue em mais 100 páginas, quando Kadhaun acaba se casando com uma jovem que conheceu em sua primeira aventura em direção à SERRA DOS VALADOS. Se você tem o HÁBITO de ler bons livros e quiser receber um exemplar, eu lhe enviarei um gratuitamente, Digo-lhe todavia que a obra é de minhas edições comerciais, série de número 17690709 lançado em setembro de 2009.

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SEGUE AQUI MEUS SINCEROS VOTOS DE UM FELIZ E PRÓSPERO ANO NOVO, ASSIM COMO OS DEMAIS ANOS VINDOUROS.