À YSOLDA CABRAL - para seu texto: "Em qualquer canto"

Minha querida Ysolda! Estive sentindo sua falta! Que bom que você surgiu! Vim te buscar nesse poema lindo, mas não concordo com a última estrofe não. Você vive em outro plano, vai planando no infinito, mas nada de cair em qualquer canto! Gostaria que fosse assim: "E, com clareza dos que sentem / estar vivendo em outro plano // vou planando no infinito / até chegar num Recanto // mas que seja em pleno céu / pra ver Deus, que amo tanto"! Ah! você ouviu meu recente áudio? Entretanto eles não estão ficando bons como eu gostaria que ficassem. Minha voz não anda boa nos últimos tempos, até pra cantar, o que sempre fiz bem. Olha, se este comentário aparecer em meus enviados, vou imediatamente postar ele num texto em sua homenagem, juntamente com duas páginas de um de meus livros. Envio-lhe um carinhoso abraço com votos de um promissor 2011 juntamente aos seus entes queridos. Vamos à literatura de duas páginas iniciais de um romance da vida real, cujo título é: JOÃO DA RUA

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MEU ENCONTRO COM JOÃO DA RUA

Era uma tarde de sol quente em que eu seguia por uma estrada, numa região central de Minas Gerais, quando resolvi parar para um descanso. Entretanto eu teria que encontrar uma sombra, haja vista o calor reinante.

Fui dando assim meus passos, numa contínua cadência

olhando lá no horizonte, se havia árvores dispostas à beira da rodovia. Na observação notei que havia uma, mui frondosa, porém na campina, um tanto além da cerca que se interpunha entre a via e o pasto.

Tendo o propósito de descansar e até tirar uma sesta em sua sombra, transpus a cerca e me dirigi para a bela árvore; porém fiquei decepcionado ao perceber que sob ela havia um rapaz que parecia estar dormindo.

No momento pensei em me afastar silenciosamente e continuar minha jornada até encontrar outro local para meu descanso. Ocorreu que ao tentar fazê-lo fui percebido pelo rapaz, que notando meu afastamento disse:

-Ei, amigo. O que pretendias fazer por aqui?

-Ah! Você está acordado? Desculpe-me eu não sabia que havia alguém sob esta árvore; eu a vi desde a estrada e pretendia tirar uma sesta em sua sombra.

-Ora, faça-o! Não vou lhe incomodar. Mas digo-lhe que estou aqui a espera da morte!

Fiquei momentaneamente impressionado com suas palavras. Olhando melhor percebi que ele era paraplégico: tinha a perna esquerda um tanto retorcida. Na observação pude então notar um par de muletas nas proximidades, conotando com a necessidade que certamente ele tinha para se locomover. Parecia também, que estava muito fraco.

-Por que, esperando a morte, amigo?

-Ah! Companheiro. Minha vida está um lixo! Perdi minha mãe, a única pessoa que me dava o valor de um ser humano. Veja minhas pernas. Sofri uma enfermidade quando era menino, cujas seqüelas me deixaram paralítico.

-Entendo seu desgosto rapaz. Entretanto o importante é ter uma boa índole e não um belo corpo.

-Ah! Eu sempre fui um bom sujeito. Aprendi com minha mãe a ter bons procedimentos para com o semelhante. Boa índole não seria isto?

-Exato, meu rapaz. Mas qual é a maior causa de seu descon-tentamento com a vida?

-Não me recordo pois era tenro em idade ainda, mas minha mãe dizia que eu era uma criança saudável, no entanto a paralisia me tirou a condição de ter uma vida normal. A partir dos dias em que passei a me entender por gente fui ficando revoltado com Deus, pois diziam que Ele é que dominava tudo, até nossas próprias doenças. Nos últimos tempos comecei a pensar no desprezo Dele sobre minha pessoa e pensei em morrer, o que eu iria fazer até minha inanição total sob esta árvore!

-Ora, meu rapaz! Só de proferirmos o nome de Deus, temos que entender que estamos diante de um ser Todo-poderoso, cuja presença enche o céu e a terra! Bem... você parece estar fraco, coma um pouco dessa farofa – ofereci-lhe.

-Vou aceitar, mas eu pretendia beber um veneno que tenho aqui, ou nunca mais comer! Quanto a Deus, digo-lhe que minha mãe fez muitas preces, rogando-Lhe que me devolvesse a saúde, mas até hoje Ele não ouviu, nem seus rogos e nem os meus, já que os tenho feito também.

-Suponho que se eu te contar uma história que me foi revelada por Deus, você entenderá algo sobre a vida que leva, e saberá que Ele é longânimo e misericordioso por excelência!

-Tens uma história revelada por Deus?

-Acredito que sim. Imagino que o assunto em questão jamais foi ventilado entre os estudiosos da Bíblia. Os princípios se alinham com o teor do sagrado livro, porém não adicionados a ele, pois há uma sentença para quem aumentar ou diminuir suas palavras.

-Ah! A Bíblia! Minha mãe possuía uma e sempre lia frases para que eu ouvisse; na maioria das vezes ela fazia-o em forma de declamação. Oh! Que saudade de minha mamãe! Relate-me a revelação que você teve de Deus.

-Vou fazê-lo, porém contando antes a história de um rei sábio, bondoso e perdoador. Ao final de nossos assuntos eu contar-lhe-ei a revelação...

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Aí está, querida Ysolda. O romance contém 140 páginas. Ele descreve fatos reais de uma peregrinação que fiz em 2008, numa região entre as cidades de Aguanil e Campos Gerais.

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OLHA, FAÇO AQUI MEU AGRADECIMENTO POR SUAS MARAVILHOSAS VISITAS FEITAS EM MINHA ESCRIVANINHA NO TRANSCORRER DE 2010, DESEJANDO-LHE TUDO DE BOM, JUNTAMENTE AOS SEUS ENTES QUERIDOS, NÃO SÓ PARA 2011, MAS POR TODOS OS FUTUROS ANOS. ENVIO-LHE UM FORTE ABRAÇO COM MEUS TRÊS AMORES: AFETIVO, FRATERNO E DIVINO!