INTERAÇÃO OU  PROVA DE CONFIANÇA E AMIZADE?


 

Ao ler a crônica “NOSSA CASA DESDE O COMEÇO”, publicada em 07/01/2011, recebi os comentários, abaixo transcritos na integra, da ilustre amiga Mírian Warttusch, os quais fiz questão de publicar desta forma, em função dos grandes ensinamentos que eles nos trás.

 

 

09/01/2011 20:27 - Mírian Warttusch

 

Infelizmente enquanto minha mãe esteve viva, não me dei bem com ela, vivíamos brigando muito. Ela se casou sem amor, para se vingar do homem que amava e transformou nossa vida em uma perene guerra. Meu pai era um homem maravilhoso, apaixonado por ela e eu achava muito injusto ela ter feito o que fez e sempre dava razão ao meu pai. Depois que ela se foi, pude meditar sobre o absurdo que eu fizera, não me aproximando de mamãe, tentando entendê-la e talvez aconselhá-la, mas quando somos jovens, dificilmente temos esse modo de raciocinar e assim mamãe partiu, deixando em mim uma lacuna imensa e então escrevi um poema de despedida: SAUDADE DE MINHA MÃE! Que transcrevo a seguir.

 

 

09/01/2011 20:43 - Mírian Warttusch

 

 

SAUDADE DE MINHA MÃE

 

 

Quando é tarde demais, encontro o amor que te dedico...

Tarde demais, quando deixaste de existir, querida!

Tarde demais... e quando quieta, a relembrar-te fico

Penso ter menos razão, agora, a minha vida.

 

Parece ainda maior, a nossa casa tão mimosa...

E em cada canto, existe muda uma sentença.

E em teu jardim, contida em cada rosa,

Sinto mais viva a chama da tua presença.

 

E nós teus filhos, saudosos, sós, acabrunhados,

Sentimos percorrer-nos, gélido arrepio,

Quando em teu quarto, olhos marejados,

Fitamos a tristeza de um leite vazio...

 

Aos pés do leito, quieto, muito amigo,

Numa atitude fraca, sem conformação,

Cabeça a repousar no teu chinelo antigo,

Tão branco e belo, está fiel teu cão.

 

Foi muito triste te perder, confesso!

Beijar tua mão fria, em derradeiro adeus...

Longe de ti, agora, humildemente peço,

Tenha Deus piedade pelos erros meus!

 

 

Meu pensamento vaga... quero esquecer que te perdi...

Mas continua em mim, a imagem comovente,

Bem vívida, real, comigo, aqui,

Da minha mãe tão abatida, tão magra, tão doente.

 

No nosso lar, que com trabalho construíste,

Tinhas um modo estranho de nos dar afeto:

Não com palavras, o amor tu traduziste,

Não deixando faltar o que comer, e um teto!

 

Entendo, agora, como era o teu amor:

Bem escondido e feito de sinceridade.

E a tua perda, me traz tão grande dor,

Mesclada à imensidão desta saudade.

 

Se é que me escutas, quero te dizer,

Embora tarde, muito arrependida,

 Eu, deveria em teu lugar, morrer,

 Pois te amo tanto, minha mãe querida!

 

 Mírian Warttusch

 

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09/01/2011 20:48 - Mírian Warttusch

 

Tão lindo e comovente, o teu texto me fez refletir sobre o quanto me faria bem ter minha mãe de volta, embalá-la nos meus braços, dizer-lhe "agora sei que te amo, que te quero tanto bem, minha mãe querida"! Para vocês que tem o privilégio de ainda ter sua mãe com vocês, não deixem de dizer também a elas que a amam, abracem-nas com carinho, pois só entendemos o que realmente é o amor de mãe, quando ela se vai para sempre. Adorei Ysolda, como sempre, teus textos são plenos de amor e de luz, passam uma mensagem que só os espíritos evoluídos saberiam escrever. Lindo mesmo!

 

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Minha emoção é tão grande que não sei o que dizer...

 

Obrigada pela amizade, carinho, solidariedade e confiança...?!

 

Amo você minha amiga querida.

 

Ysolda

 

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Para saber um pouco mais dessa  minha ilustre amiga acesse:

http://www.orizamartins.com/autores-mirian-warttusch.htm

 

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Publicado também no blog " Apenas Ysolda II "

http://cronicasysoldacabral.blogspot.com/