Senha... uma passagem pela vida

Todos nós criamos senhas para tudo, e-mail, cartão de crédito, desbloqueio de celular, bloqueio de conta corrente, senha para o alarme do carro, senha para nossas lembranças.

A única senha que não conseguimos esconder é aquela que reflete em nossa vida, porque o amor é uma incógnita e não é um segredo.

Se fosse segredo ele também teria uma senha, mas os olhos entregam aquilo que o coração sente, o corpo fala quando a alma se cala.

Um dia alguém me disse que me via como se eu vivesse pensando no futuro, de sentimentos profundos com sorriso no rosto, mas os olhos tristes. na época eu discordei, porque na verdade eu andava meio zen, alías sempre ando meia zen, pois para deletar os problemas eu mesma me desligo, só que me desligo de tudo, não consigo separar em partes ou é tudo ou nada.

E a vida foi ficando assim, desorganizada dentro da minha cabeça.

Me preocupo com todo mundo, com o dia-a-dia, com as pessoas que amo e não amo, com o friso da calça, com a gola da camisa, com o pontinho invisível e marrom lá no alto da janela, mas esqueço de mim, de me olhar nos espelho, de ver quem eu sou.

Quando o glutén e a lactose aparecem me lembro que sou um ser vivente, ai sim lembro que não posso isso ou aquilo, então me recordo de vez em quando, que eu preciso acordar e cuidar mais de mim.

Quando tudo passa me vejo de novo em silêncio, planejando tudo e desistindo, em meu silêncio curvo-me diante dos meus medos e rogo que eles me deixem em paz, mas não consigo eles ganham de mim.

Me encolho na coberta, sinto frio e o calor está intenso.

Olho pelo friso da janela e o mundo esta lá fora, não vejo nada, só me lembro que um dia senti algo....mas que fiquei muito pra traz daquilo que eu queria.

Me recolho e peço para não mais acordar, não consigo ter coragem.

Sou corvarde sim... tenho medo de viver as ótimas partes da vida.

Viver é facil o que me apavora são os percalços que encontro no meio da vida.

Estou com frio, quero colo, mas tenho que ser de ferro, afinal o que é uma mulher sem fibra?

Uma mulher comum como todas as outras?

Comum é a única coisa que tenho certeza que eu não quero ser.

ANGELBORGESNINA
Enviado por ANGELBORGESNINA em 26/04/2011
Reeditado em 21/06/2011
Código do texto: T2932017
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