JOVEM MATURIDADE

HOMENAGEM DE MINHA FILHA NATALYA BEATRIZ - 19ANOS -ESTUDANTE DE JORNALISMO

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Uma mulher de 47 anos, nascida na capital de São Paulo, terra da garoa, apaixonada pelos estudos, livros e dança. Na sétima série ganhou o prêmio pela melhor redação no colégio, aos 14 anos queria ser jornalista, na mesma idade enfrentou seu pai pela primeira vez. Aos 19 tornou-se mãe. Aos 44 finalizou sua pós-graduação em Administração, com ênfase em Marketing, e, aos 45 descobriu uma traição. Assim é a estrutura da compradora de medicamentos e equipamentos hospitalares.Lahys Helena (HELENYNHA).

Helena, como prefere ser chamada, convidou-me para um passeio na pracinha próxima ao bairro residencial localizado na zona oeste. No caminho, mostrara a árvore que havia plantado quando tinha seis anos. A brisa que circulava entre nossas frases, relembrava as histórias de terror ao pé do ouvido que sua avó, astutamente, contava a ela. Descobri algumas e, confesso, preferiria não tomar conhecimento de outras. Embora a imaginação fosse boa e livre de malícias naquela época, era criativo o suficiente para amedrontar gerações futuras. Ficamos trocando experiências ao longo de uma tarde de sábado.

Em certo momento da conversa, meu nervosismo preocupou-me. A sutileza nas palavras e o vocabulário bem preparado de Helena despertaram essa sensação. Suas expressões me mostraram a tranquilidade e racionalidade com que agia mediante aos problemas rotineiros diversos. O pensamento ia tão longe, que não pude alcançá-lo. Senti a alegria de Helena quando relembrei seus tempos de Brilhantina, décadas de 70 e 80. Mediante a isso, questionei:

Beatriz: “Como eram seus modelos de roupas para o baile?”

Helena: “Sempre me vesti muito bem para essas ocasiões. Eu queria dançar, apenas isso. Minha alegria era o globo girando no teto ao som dos Bee Gees. Desde cedo adotei uma postura de respeito. Estava sempre com uma saia rodada com brilho (minha mãe as costurava), meia ¾ colorida, uma “blusa de manguinha” e salto alto. Ah! Isso era imprescindível. Meu cabelo estava em formato de “rabo de cavalo” e a maquiagem suave, mas brilhante, era característico meu também”.

Helena, durante toda a entrevista, mostrou a educação e razão que sempre carregou. Em alguns momentos estremeceu com alguma triste lembrança, mas logo retomou seu papel imperativo e decisivo. Quando conversei com ela, livrei-me de todos os anos que já a conheço. Percebi que, mais uma vez, ela alcançou seu objetivo: Seu sonho de 14 anos, concretizando-se através de sua filha, atualmente, universitária.

BIA MARTINS
Enviado por Helenynha em 20/08/2011
Reeditado em 14/10/2011
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