O Dia D

Drummond

Ah! Caro amigo e poeta

Que tive a desonra de não ter conhecido, de fato, carne e osso.

Mesmo assim, pulsas quando folheio

Em busca de inspiração e deleite, a tua fonte inesgotável.

Não me importo se estou a cortejá-lo com o chapéu alheio, o teu próprio.

Mas espero que me perdoe, a minha petulância poética

A minha gramática ainda falha e a minha inspiração talvez pouca.

Também nasci no mato. A serra do mar me embalou.

E nesses “noves fora e mato dentro”

Ousei-te um presentinho, pra festejar teu natalício!

Divagando

Naqueles bares, às mesinhas de mármore

As pessoas se sentavam

E ficavam horas e horas

Cavaqueando sobre isso e aquilo.

Nas velhas xícaras do café

Espumoso e cheiroso

Ou no colarinho do chope gelado,

Poemas se revelavam.

Eram rabiscos entre petiscos,

Nos papéis enfarelados

De pães adormecidos,

Entre moscas zumbideiras.

Porém, o tempo em Itabira

É lento, mas não pára.

E o mundo rola, rola mundo!

Sua mineirice ganhou a cidade.

A cidade grande.

Seus poemas ganharam o mundo!

Parabéns para sempre, Drummond.

*Em 31 de outubro de 1902, nascia em Itabira do Mato Dentro, interior de Minas Gerais, o grande poeta Carlos Drummond de Andrade.

José Alberto lopes.

out. 2011

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 28/10/2011
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