(O mar, sua paixão!)
 
Luiz Barbosa Max

Max, o eterno amigo de todos!

É difícil saber ouvir, mas você sabia...
É difícil confiar em desconhecidos, mas você confiava...
É difícil emocionar-se ao ver um pedinte na rua, mas você se emocionava...
É difícil respeitar o próximo, mas você respeitava.

A saudade é uma palavra cheia de sentimentos... Ela consegue transmitir dor, angústia, aperto no coração, mas também traz a alegria em reviver momentos únicos, lúdicos e enriquecedores. Para escrever sobre você, Max, é preciso lembrar da palavra SAUDADE! Você respirava o saudosismo... Costumava dizer - e deixou registrado num dos comentários de meus textos - que a saudade queima! Queimava de saudades de Maceió, de São Miguel dos Campos, da época estudantil, da rua Melo Morais, das conquistas as garotas... Enfim, não o conheci nessa época, porém você contava em detalhes a sua marcha por esses lugares e acontecimentos de uma maneira tão real que contagiava a todos! Vivia das lembranças e elas o perseguiam diuturnamente. Ao mesmo tempo, não tinha a intenção de pisar nesses lugares para sentir cada emoção vivida! Era o receio de transformar uma vida de muita emoção e alegria, num desapontamento sem fim...
É meu amigo... Conversar com você sempre foi enriquecedor. A política, a religião, a família, as manchetes de jornais ou, ainda, os simples acontecimentos diários eram motivos para um grande aprendizado, pois você conseguia transmitir verdade e emoção em cada palavra, em cada pensamento.
As divergências faziam parte de nossas conversas (rs), mas respeitávamos as convicções um do outro, como amigos civilizados (rs)... Bem, às vezes, o seu machismo "oculto" atrapalhava um pouco e ai você dizia: "vamos parar senão ficaremos de mal"!!!!
Hoje, o tempo é escasso para uma conversa franca e despretensiosa entre amigos. Os fatos negativos estão dando mais ibope do que os positivos; a desgraça humana passou a ser banalizada, corriqueira. Isso tudo mexia com você... A sua inquietude pela injustiça despertava a inquietude de seus amigos, transformando numa cadeia positiva, prevalecendo a solidariedade e a ética.
Assim, 'Alagoano desnaturado', como eu te chamava, você cultivou tantas amizades e por isso deixou esta lacuna difícil de ser preenchida, mas ficou a razão de seu viver: a velha e boa saudade!
Amigo, descanse em paz!!!

*** (16.11.2011 -  3 anos do falecimento de Max)