"LOS QUIABITOS - II"

Coloquei entre haspas para contar como citação o nome de vários colegas que escreviam suas colunas para a "GI" Espero que a permissão ainda valha, mas se por acaso algum deles reclamar eu retiro, não com prazer, pois não estou vendendo o texto, apenas lembrando com carinho dos momentos algres que nos proporcionavam o Blog "Grande imprensa"

Valdemiro Mendonça.

Os heróis quiabitos

Numa fazenda próspera de agricultura de subsistência situado no estado de Minas Gerais, existia um casal de quiabos ainda arraigados aos velhos costumes da mamãe África. Kibú, “nome do quiabo macho” chamou kiboa sua esposa para uma rala e rola especial. Ambos já estavam no ponto para fazerem o que Deus mandou. “Cruzar perna com perna e mijador com mijador”, isto graças a sua teimosia e de sua companheira de enfrentarem o sol de peito aberto sem ficar se escondendo atrás das folhas e endurecendo o corpo muito antes dos jovens e delicados quiabos que procuravam a sombra protetora mantendo-se macios, suculentos e babentos. Claro que, sonhando provavelmente caírem na tentação de mergulhar numa boca sequiosa, ávida e querendo saborear um super vitaminado, e ferroso quiabo.

Ali, entre tantas flores amarelas e lindas precursores de futuros quiabitos já esperados pelos pais impacientes, consumou-se aquele ato de puro amor de um quiabo e uma quiaba. Selando um pacto eterno de fidelidade, partiram para um vem quente, pois eu estou fervendo e me segure que estou querendo e tome e me dê de volta que já estou lhe devolvendo. E daquela abençoada união nasceram dois quiabinhos lindos e tenros, cheio de viço e energia que deveriam ser o orgulho dos pais, mas... Infelizmente quem é bom não usa estrela na testa, os dois amados e babentos quiabitos, cedo, para desgosto dos pais, mostraram que era a imagem da irresponsabilidade personificada. Entre a comunidade quibélica nas noites claras de luar, em vez dos quiabitos dormirem e sonharem com um modesto fim em alguma boca banguela do lugar mesmo, não! Sonhavam com aventuras, viagens e com as bocas. Ah aquelas bocas que eles sabiam que existia.

Acreditavam piamente na lenda das bocas do estado das Alagoas e que eram cantadas em versos e prosas entre a rapaziada da comunidade quiabínicas, Duas boconas sensuais, vermelhas e misteriosas. Hó! O que se esconde nas gargantas profundas? Os que conseguiram voltar contam que tem feitiço e quando se aproximam se atiram atraídos pelo encanto e perfume de tão lindas bocas. Elas tinham nomes, mas a admiração dos quiabitos era tal, que evitavam dizê-los em vão. Amalê e Jacquelinê, descendentes de franceses e quem mais tinham apetites nas Alagoas. Mas para tristeza de los quiabitos, não davam mole para nenhum quiabo, teriam que se aproximarem e se atirarem nas cavernas misteriosas sem que elas o percebessem. Foi assim que numa manhã ensolarada o senhor Kibú e dona Kiboa abençoaram com os corações apertados, os seus dois rebentos babentinhos e mais dez amigos que resolveram acompanhá-los naquela louca aventura em busca da fama de serem os primeiros a desvendarem as delicias de estarem nas bocas afrodisíacas.

Quiabinhas casadoiras que assistiam à partida choravam por verem os possíveis futuros maridos irem à procura de tal sonho e as humilhando dizendo que seria doce morrerem nas bocas de Amalê e Jacquelinê, deram adeus aos quiabitos que se afastavam em direção à famosa BR116, popular estrada chamada de Rio Bahia, mas que ia atéééééé! Sei não! Corta o nordeste muito além da Bahia, mas sei que ela passa em Alagoas, isto passa. Era nesta estrada que los quiabitos iam pedir carona

Foi uma dura luta para chegarem a Maceió, mas finalmente no final de uma noite de lua cheia eles puderam vê-las, entraram escondidos no convívio das bocas, Amalê e Jacquelinê. Elas já dormiam, os quiabitos felizes esperavam falando baixo para não acordá-las, era preciso o líder ficar chamando a atenção dos quiabitos que tentavam escalarem os montes que sustentavam a parte onde ficavam as cavernas. Escorregavam na própria baba e caiam em vales estranhos com perfumes estranhos, mas deliciosos e continuavam a subida, por onde passavam deixam orgulhosos suas babas brilhantes e pegajosas, Ao chegarem ao topo fincaram suas bandeiras de conquistadores e divididos, seis em cada uma das boconas, esperaram o amanhecer. O dia amanheceu belo radiante como sempre são os dias das Alagoas. Babando pela expectativa, los quiabitos esperavam admirando as bocas ainda fechadas, e aí aconteceu, um despertador tocou e ambas abriram os belos olhos, como se espreguiçassem, abriram as grandes bocas, e eles se atiraram para o final glorioso. Dizem que ao sentirem aquela babinha colando suas boconas, adoraram e dai em diante os quiabos do mundo não mais viveram sossegados. Onde houvesse quiabos lá estavam elas, comendo e se lambuzando, nas babas do caruru na Bahia, do frango com quiabo das Minas Gerais e até contrataram uma Gourmet Sedutora famosa para fazer uma festa quiabínica para todos os alagoanos. Desta festa participaram muitas receitas famosas, levadas pela Kika – Pukka -Lu- Estela Mares – Maka – Carmen Silvia, e teve gente famosíssima na festa, caso do Olimpio, Por que ele se chama Olimpio? Sei não! Dizem que é porque o caboclo come quiabo e vira um atleta perseguindo as garotas, daí Olímpo ou Olimpio. Não sou eu quem diz, eu só estou repetindo.

“A cobertura jornalística foi feita pelos jornalistas; Bruno Zannete do sul, a jornalista, Brunna Duarte do centro oeste e a jornalista Ana Paula da Bahia. Os modelitos usados na festa foram sugeridos, pelos famosos “Celso Fernandes e Janaína Cichelero”, Harmonia das instalações ficou a cargo de Eleine Christy entre os convidados especiais. “Ainda não muito conhecidos” Paulo Coelho - Doutor Gicovatte – o poeta português Nenufar que veio acompanhado de todo o parlamento do seu reino, Edson Marques e Rosana Braga. A animação da festa contou com o roqueiro Matheus de Oliveira, e o Orçamento foi feito pelo cientista em economia "icardo Henrique”.

E assim, a história termina, como sempre premiando os bons. E os bons quem são? Los quabitos.

E viva los quiabitos Tum – Tum – Tum.

E viva los quiabitos Tum – Tum – Tum.

E viva los quiabitos Tum – Tum – Tum.

"UMA BABA SÓ"

Mastigando os gostosos quiabitos,

Fritos com alho e azeite de dendê

Vão devorando bem escondidas.

Veja amigão o que fazem a você

Comem, mas é descendo a lenha,

Estas gulosas Amalê e Jacquelinê,

Mas olhem lá que coisa mais doida,

De todas que vi é a mais louquinha.

Elas dizem: não coma quiabo é ruim,

Mas lá na moita bem disfarçadinhas

As duas se esbaldam, comem tanto,

Que a babas escorre nas boquinhas.

Fingidinhas. Adoram quiabo.

Trovador.

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 14/05/2012
Código do texto: T3667544
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