Stella retratada (1947) por meu pai, Gerson Pinheiro    
 
PARA STELLA PINHEIRO (HUMOR)


Pequena lembrança para minha mãe que deixou nosso convívio com 94 anos, dormindo, - na relaidade ela se "esvaiu" - dia 06/02 às 5,15 da manhã.

Texto que ela dizia, as gargalhadas, me fazendo também rir, desde pequeno (não sei a autoria, talvez do meu avô, pai dela, o poeta Arnaldo Damasceno Vieira).



O certo é que há brutos científicos para curar-se com vários específicos para conservar a constituição orgânica como destros que são em a botânica. Pois conhece as ervas diuréticas cartáticas, narcóticas, herméticas, histíticas, profílicas, eufórbicas e também as sudoríficas.
E nisso era um prático teórico, um gato que, em elevado estilo enigmático, falava tal qual chapado catedrático.
-Procurando dessas ervas salutíferas, disse ao lagarto, que ânsias tão mortíferas, para curar turgências simidrópicas, prefiro chupar umas folhas eleutrópicas.
E bem que um grilo, ouvindo esse diálogo babilônico como se fosse em língua macarrônica e não entendendo nada do catálogo de termos estranhos e magníficos,
tecesse ao gato um elogio honorífico:
- Sim, que a muitos a inchação tem por mérito e o estilo corrente por demérito, pois os cegos, amantes de hiperbólicas clausulas metáforas diabólicas que retundam em vozes de  depósito, gostam, ainda que saiam em despropósito, pois caem em estilo problemático nesse apólogo esdrúxulo e enigmático.



retrato de Arnaldo Damasceno Vieira, pintado por meu pai
Karpot
Enviado por Karpot em 11/02/2013
Reeditado em 11/02/2013
Código do texto: T4133888
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