AMARCORD E FELLINI
Querido poeta da imagem
Onírico poder de sonoridade
Evocação de infância e
do inesperado.
A fábula que fala por si só
em volumes e cores
Quadrantes quadris
gestos esmaecidos na bruma
noturna do tempo.
Desnecessários tema e diálogos
Só fantasia trabalhada
Na arquitetura dos acasos
No resgaste do que foi um dia.
O velho que se reveste
em novo argumento
do ainda.
Caixinhas de roupas,
Infantil olhares, e
cumplicidades expostas
Fôlegos suspensos.
Surpresas que prendem
em algum cômodo da cena
Tantas estrelas
e uma só
Tela mágica.
Atemporalidade e susto
Nova forma de ver
e entrever-se no inesperado,
na leveza das tampas
de objetos
Nas destampas de palavras
e análises.
Suas obras gritam
o silêncio,
mas respingam emoções e vivem
preciosas recordações de infâncias
em preto e branco
afloradas no colorido AMARCORD.