Escritor-Leitor
O ato de escrever é o ato de ordenar o pensamento e sequenciar as ideias. Faz-se que a abstração encontre palavras e estas formem orações. As frases no papel ganham sentido: significado do que se pensou e sentiu.
O escrito é um código. Algo que ganha vida a partir do outro que lê e interpreta.
A escrita é ponte entre duas pessoas. Interação entre mundos de sentir, pensar e idealizar: escritor e leitor. Comunicação.
A escrita fica.
O tempo se esvai.
O tempo passa como um rio que a tudo leva em suas correntezas.
Ficam as praias nas margens do rio e o tempo vai deixando imagens em nossas lembranças escritas nas folhas...
Inscrições em monumentos, tabletes de argila, pergaminhos, manuscritos, livros...
A escrita interligando os homens de vários tempos na forma de leis, crônicas, textos e poemas.
Poesia. Texto que eleva e traz o sublime. Interpretação da sensibilidade que o poeta sente e transmite.
O homem é passagem.
Seus escritos são reconstituições de sua pessoa.
Se a prosa conta, a poesia canta e encanta.
O prosador caminha pelas trilhas da intimidade: revela mistérios, conta segredos e registra o cotidiano.
O poeta envereda pelos caminhos da sensibilidade: desnuda a psique, mergulha no inconsciente e suaviza a rotina.
A escrita, estrada de mão e contramão, ponte, precisa do leitor também. É ele o reconstituidor dos significados e interprete do escritor.
“Os versos que fiz fazem do que você também vive, descarta, reconquista... são versos do ‘eu/mim’ indo até ‘você/tu’. De coração. Aberto. Para outro coração.” Escreveu a Poeta, Marli Carvalho da Silva.
A parabenizamos por nos revelar caminhos com seus dizeres, versos e pensamentos com a publicação de sua obra
De imagem, palavras... silêncios
e outras linguagens.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 24/08/2013.