O POETA DOS POETAS


"Porque eu sou do tamanho daquilo que sinto, que vejo e que faço, não do tamanho que as pessoas me enxergam."
                                              Carlos Drummond de Andrade


Em uma cidadezinha mineira chamada Itabira a 110 Km de Belo Horizonte capital de Minas Gerais, nasceu o Poeta dos poetas, Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987 Escritor/Poeta/Prosador), ele desbravou horizontes em poesias e ideologias, foi o maior poeta do século XX e o maior da cultura ocidental, tinha uma visão global do mundo, expressava sem receios seus sentidos, escrevendo um pouco de tudo, era conhecido como "O poeta de sete faces".

Falava em seus textos sobre família, cidade,  política, sistema, amizade, amor, escrevia buscando a identidade do povo, falava do que sentia ou vivia, desejava declamar, prosar, dissertar, o que absorvia da vida, buscava pôr no papel descrevendo seus medos, seus sonhos e a sua escrita era viva, contagiava a todos que lia, era a voz de sua verdade, ele mesmo dizia “palavra é metade de quem escreve, metade de quem lê”.

Muitos diziam que ele escreveu "poema sobre poema", tinham como diríamos uma sociedade oculta de poetas famosos que se relacionavam, alguns grandes monstros consagrados da literatura brasileira, tais como Jorge Amado, Mario de Andrade e outros. Viveu o período da história que possamos pela segunda Guerra Mundial em 1944, compôs poesias e crônicas falando da guerra e sofrimento do povo quando o Brasil declararou Guerra com a Alemanha.

Em 1964 presenciou toda ditadura militar em nosso país, como tinha muita influência popular, preferiu manter-se nulo, antes teve parte inicial na política comunista, mas ao ver o desenrolar da história,  saiu do partido e assistiu de camarote, fazendo suas crônicas e publicando seus textos em grande jornais,  seu trabalho como redator e cronista foi mais uma de suas façanhas gloriosas, vale ressaltar alguns grandes jornais que ele trabalhou, no jornal de Diário de Minas,  Revista de Vanguarda do Grupo Mineiro, Aurora Collegial no Rio de Janeiro.

Na década de 1930, o escritor diversificou sua participação nos jornais mineiros, tornou-se redator da A tribuna, em seguida assumiu a  função de redator no Estado de Minas e Diário da Tarde, simultaneamente. Foi funcionário publico do Governo, o qual trabalhou até aposentar-se, mas sempre escreveu poesias e versos, tinha esta necessidade de expressão chegou a dizer “Meu verso é minha consolação, meu verso é minha cachaça, todo mundo tem sua cachaça”.
 

Escreveu dezenas de  livros,  poesias e versos, crônicas e ensaios, publicados até mesmo após a morte do autor. Os livros de Drummond revelam a variedade de sua obra: modernista, envolvida com os problemas políticos de seu tempo e com as misérias cotidianas, atenta à tradição literária, dedicada à memória familiar e social, marcada pelo erotismo. Por sua importância, a literatura de Carlos Drummond foi também traduzida para diferentes idiomas e difundida em diversos países. Com seus livros, Drummond alargou as fronteiras de nossa literatura, fez também analogia de forma cronológica de suas obras, o qual lhe rendeu mais um
a publicação, recebeu o prêmio Nobel de Literatura.

Suas poesias e textos geraram consagrados seriados, filmes, novelas, documentários, músicas, recitais, artigos em  revistas, participações em programas de rádio, é proclamado por ilustres poetas e filósofos que admiram e engrandecem seu valor literário até nos dias de hoje. Se fosse para citar e comentar de todas as suas  obras, teria que construir um "Blog", de tanta variedade e quantidade de textos maravilhosos,  de valores insondavéis para a poesia, cultura e sociedade.
 
É verdadeiramente notável e de admirar um poeta que na verdade não se dedicava inteiramente a carreira poética, mais escrevia poesia vinda da alma, isso porque a poesia para ele era apenas sua forma de expressar, mostrar de modo verdadeiro o perfeito e imperfeito, sua opinião e participação ativa na sociedade como cidadão, levando a voz dos poetas em todos lugares que por vezes os próprios poetas consagrados com títulos e prêmios não se empenhavam e nem interessavam em fazê-lo.
 
Era um poeta de talento e coragem. Tinha postura política e democrática,  assisti uma entrevista dele, numa reprise de documentário edição do ano 1984,  reapresentada recentemente na TV Cultura, quando expressou abertamente sua opinião há quase trinta anos atrás ,  e tudo que ele falava era tão verdadeiro e atento aos acontecimentos que parecia que previa nosso futuro em 2013, citou o papel da mulher em nossa sociedade, que era preciso honrá-la e respeita-la profissionalmente, referenciou o salário das enfermeiras e professoras, reclamando melhorias para categoria,  parecia que ele já sabia que a mulher iria a lutar e conseguir conquistar seu espaço na sociedade, nem imaginaria que hoje nosso presidente seria uma mulher   a "dama de ferro Dilma Rusef" estaria no comando de nosso país.

Também comentou sobre a necessária mudança da juventude para acordar e proclamar um país mais democrático, as mudanças só surgeriam a partir da voz dos jovens – ele disse. Como se fosse o próprio que tivesse feito o manifesto na internet pelo "Face"  e chamado as multidões ao sete cantos do país para proclamar as mudanças  no Brasil agora em  2013, com a jogada da moeda do vinte e cinco centavos do aumento das passagens dos coletivos urbanos.
 
Em minha simples linguagem poética vinda de forma espontânea e verdadeira, admiro Carlos Drummond de Andrade, a ponto de dizer que para mim, seria o Mestre da poesia mineira, queria Minas Gerais ter mais outros Drumonnd´s, poetas de coração, patriotas, humanistas, que quisessem praticar a cidadania e vivência em alma e verdade, de forma de usar apenas seu talento, maestria para fazer a diferença para a humanidade, usar o poder das palavras escritas, deixando de lado o silêncio e publicar palavras qu ecoassem nas mentes e consciências de cada indivíduo.

Para que o mundo possa mudar, precisa de gente que queria ser parte de uma nação com voz de verdade e buscar democracia para nosso povo sofrido, mas lembrando do velho ditado "que uma simples andorinha não faz verão", mais uma chuva se faz de gotas, estas gotas unidas formam chuvas de bençãos que regam a terra e fazem germinar a semente,  é este pensamento que busco, e espero encontrar no nosso meio poético.

Sou uma gota, sei que sou, mas se todos que me leêm conscientizarem do poder das palavras, procurariam usar mais seu talento de forma a acrescer algo bom, algo louvavél, algo que engrandeça a alma e dignifique o homem. Palavras para revelar verdades e propor mudanças, unir em vozes com companheiros de combate,  bando de vozes de andorinhas -  para juntos formarem um côro e poder ser ouvidos aos quatro cantos do mundo...


De dentro do meu ser: Leti Ribeiro




FONTE: Parte deste artigo biografico - adqueri através de programa de homenagem ao autor na TV Cultura, demais citações através de pesquisa Google e também o site projetomemoria.art.