Jaú, 152 anos.

Jaú, antes "terra do café", hoje, a cana de açúcar é o cultivo predominante do município. Jaú, figura no cenário nacional como a "Capital do Calçado Feminino".

Em meados do século 19, um grupo de desbravadores chegou ao centro da então Província de São Paulo e em um vale cortado por um piscoso rio, tomou posse da terra e estabeleceu um povoado. Estas primeiras famílias que chegaram ao lugar se estabeleceram com cultura de algodão, fumo e engenho de açúcar, fizeram também pequenas lavouras de subsistência e tinham algum gado, mas também tinham a caça e a pesca na sua alimentação. Alguns anos depois chegou ao lugar uma família vinda de Itu, compraram terras e introduziram a cultura do café. Em pouco tempo a vila explodiu, experimentando um progresso muito rápido e grande, o que fez surgir as diversas correntes políticas, que tinham em comum apenas o fato de serem Republicanas. Quando Dom Pedro II visitou a região, já no fim do Império, não passou pela vila, lá não havia sequer um representante da Monarquia em sua Câmara de Vereadores. Era uma gente valente e cheia de brio, que fazia valer suas convicções.

A cidade prosperou tanto e tão rápido que, na virada do século 20, já era uma das mais importantes cidades da Província, e tinha representantes no Senado, na Câmara Nacional e na Assembléia Provincial. Sua gente construiu uma cidade planejada, a partir da doação de 40 alqueires feita por duas famílias pioneiras. As quadras tinham 100m, 80m destinados a construções e 20m destinados a ruas e calçadas. Na sua área central foram construídos quatro jardins, sendo que em um deles foi edificada sua Igreja Matriz. Em estilo gótico assemelha-se mais a uma catedral do que a uma simples igreja. Estes jardins eram inspirados na atualíssima arquitetura francesa da época, com certeza os mais belos do interior. Para construir suas casas, as famílias traziam telhas de Marselha, na França, o madeiramento do telhado vinha de Riga, na Letônia, e os vidros das janelas, na verdade cristais, vinham da Bélgica. Algumas casas foram feitas com projetos franceses; a cidade contempla ainda um acervo muito grande, e pouco conservado, de construções assinadas por Ramos de Azevedo e Euclides da Cunha, dois ex-poentes da arquitetura do início do século 20. Esta riqueza atraiu para a cidade todo tipo de comércio. Havia lojas que só eram encontradas na capital, os homens se vestiam como dândis, as mulheres utilizavam-se dos serviços de lojas refinadas da capital, que mantinham filiais na cidade, e havia também restaurantes finos, mercearias que vendiam produtos importados do mundo todo.

Os bandeirantes que seguiam pelo rio Tietê, pescavam um peixe chamado Jaú, na foz de um ribeirão. O local, desde então, ficou conhecido como Barra do Ribeirão do Jaú. A fundação data de 15 de agosto de 1853.

O nome Jaú vem do tempo das monções e tem ampla significação na língua Tupi-Guarani-Kaingangue. Ya-hu quer dizer peixe guloso, comedor, um grande bagre comedor... Mas também pode significar "o corpo do filho rebelde" segundo conta a lenda do peixe Jaú.

Ya-hu era um jovem guerreiro Kaingangue que não aceitou uma troca de cunhas entre seu pai e o chefe da tribo dos Coroados, a qual selava um acordo de paz. Por causa de uma das moças, talvez a amada, o Ya-hu revoltou-se contra o pai e reagiu. Perseguiu os Coroados até próximo a Serra de São Paulo, onde encurralou e fez guerra, causando muitas mortes. Porém, bastante ferido, o jovem guerreiro volta para casa, mas desta vez foi seguido pelos Coroados. Durante a caminhada acabou atingido duas vezes. Por fim, cercado pelo inimigo, e vendo que não tinha mais espaço para fuga, para que seu corpo não fosse comido e para que sua cabeça não fosse cortada e erguida como troféu, o jovem guerreiro Kaingangue preferiu afogar-se num ribeirão, de onde ressurgiu mais tarde, transformado em peixe. Esse nome, dado pelo chefe Kaigangue e que mais tarde passou ao rio e ao Município, significa o corpo do filho rebelde, justamente porque o referido peixe mostrava no dorso uma mancha irregular na cor vermelha, iguais as que usava o jovem guerreiro, que jamais voltou de sua guerra contra os Coroados.

Estudos e planejamentos norteiam o desenvolvimento de Jaú, e toda sua região, em áreas como: o transporte intermodal (hidrorodoferroviário) a Hidrovia Tiete-Paraná e o Mercosul, a agroindústria e a indústria em modo geral, o comércio e a prestação de serviços. Alguns dos fatores que apresentam um pouco do muito que Jaú tem para oferecer ao empreendedor. A cidade oferece recursos humanos, qualificados em diversas áreas, encontra-se aqui, uma infra-estrutura consistente, facilidades que viabilizam empreendimentos, e mais, uma região de influência econômica de abrangência nacional e internacional. São informações que sintetizam o compromisso que Jaú tem para com sua gente, com o homem e seu trabalho, sua dignidade, seu meio ambiente, sua qualidade de vida, seu futuro.

15 de agosto de 2005, Jaú, 152 anos.

Localização: 330 quilômetros de São Paulo, pelas estradas Anhanguera e Bandeirantes ou Castelo Branco.

O município está localizado na região centro-oeste do Estado de São Paulo.

Área: 718 Km2

Altitude: 541 metros

Clima: Temperado seco, com temperaturas médias de 22 graus aproximadamente.

Hidrografia: O rio principal é o Tietê e seus afluentes Ave Maria e Jaú.

População: cerca de 125.000 habitantes

Pluviosidade: entre 1200 e 1400 mm.

Relevo: Topografia ligeiramente ondulada, acompanhando as costas do planalto arenítico-basáltico

Solo: Latossol Roxo - textura argilosa muito profunda.

Predomina em Jaú a agricultura da cana-de-açúcar, no beneficiamento da cana para produção de açúcar e álcool. Esse setor ocupa 94%da área do município e 7% da população economicamente ativa. Recebe grandes investimentos em pesquisas voltadas à produção desde a muda até a obtenção do produto final.

Capital Nacional do Calçado Feminino

Com opções de compras em 3 shoppings especializados em calçados, Jaú é conhecida como a Capital do Calçado Feminino, é um dos maiores pólos calçadistas do País, contando, atualmente, com 181 indústrias registradas, que juntas produzem uma média de 70 mil pares por dia, podendo chegar a 120 mil.

Desde o início do século, Jaú já produzia sandálias e botinas rústicas, feitas em couro e com solado de borracha para os viajantes da região. Há quatorze anos, a cidade contava com 37 empresas calçadistas, mas, em 1989 chegou a ter 280 empresas. A maior parte das empresas (46%) são de pequeno porte, produzindo até 200 pares por dia e apenas 13% produzem mais de 1000 pares/dia, segundo pesquisa do Sindicalçados.

Dos 70 mil pares diários que Jaú produz, 86% são calçados femininos, e apenas 7% masculinos e 7% infantis, consagrando o seu título de "Capital Nacional do Calçado Feminino".

Empresas do ramo no Município, com capacidade ociosa, planejam conquistar novos mercados, vendendo seus produtos para Mercosul, Europa e para os Estados Unidos.

Com essa intenção de conquistar novos mercados, e também para enfrentar a concorrência dos calçados chineses, que entram no País por um preço extremamente baixo, o Sindicato instalou, em Jaú, um laboratório, vinculado ao Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins (CTCAA), de Novo Hamburgo (RS). Com o laboratório, as empresas poderão ter condições de submeter seus calçados a rigorosos testes de qualidade, e criarão um selo de qualidade que funcionará como instrumento de marketing e criará facilidades para colocação dos produtos jauenses no mercado europeu e americano.

Região de Influência

A região de influência de Jaú é reflexo de sua particular posição no Estado de São Paulo. Em qualquer direção, através de excelentes rodovias, em sua grande parte duplicadas, ou em vias de duplicação, caso da SP 225 que liga Jaú às rodovias Marechal Rondon e Washington Luiz, tem-se acesso às principais regiões econômicas do Estado.

Num raio de até 250 km pode-se atingir 40 cidades, com mais de 100.000 habitantes, que são referências econômicas de suas respectivas regiões.

Através da hidrovia Tietê-Paraná a região de influência de Jaú toma proporções nacionais, atingindo os Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná. É através da mesma hidrovia que Jaú se integra ao Mercosul.

O sistema ferroviário, em bitola larga, do qual Jaú se serve, permite mais um modal de acesso que abre as portas de Jaú para a exportação em nível mundial, via Porto de Santos.

Exportar não é novidade para Jaú. Desde o começo deste século que o café aqui outrora produzido chegava ao mercado internacional pelo mesmo porto.

"Jaú efetivamente tem uma região de influência de abrangência nacional e internacional."

Região de Influência Nacional e Internacional

Distância rodoviária ao Porto de Santos: 380 km

Distância ferroviária ao Porto de Santos: 400 km

Abrangência da Hidrovia tiete-Paraná: 2400 km de vias navegáveis

Abrangência da Hidrovia no mercosul: 7700 km de vias navegáveis

Hidrovia tiete-Paraná e o Mercosul

A Hidrovia tiete-Paraná é uma inquestionável realidade. Ela influencia 110 municípios paulistas, além de outras localidades nos Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás, Minas Gerais e, ainda, um país: Paraguai.

Propicia uma redução de até 1/3 sobre o frete rodoviário, barateando sensivelmente o custo final dos produtos e possibilitando maior lucro na sua comercialização.

Hoje é possível, graças às eclusas já prontas, transportar produtos de Conchas, em São Paulo, até São Simão, em Foz do Iguaçu no Paraná.

A Hidrovia é hoje irreversível e os municípios banhados pelos Rios tiete e Paraná, ou localizados na área de sua influência, precisam acompanhar o progresso.

É preciso que prefeitos, vereadores e, principalmente, empresários abracem esse programa para aumentar a fixação industrial, agrícola e turística em seus municípios.

Importante é o Plano de Fomento Sócio-Econômico que a CESP implantou. Através desse plano, 14 regiões receberão apoio e os mais diversos incentivos para se adaptarem à nova realidade. Serão constituídas cooperativas entre empresários, prefeituras e a CESP, fato que já ocorre em Jaú, através do Pólo de Integração de Jaú, para planejar, implantar, gerar, manter e administrar os mais de 63 pólos que poderão ser criados, favorecendo o turismo. O tráfico de cargas e abrindo novas perspectivas para o Mercosul.

JAÚ, localizada na região central do Estado de São Paulo, através de estudos feitos e planejados, se credencia a ser porta de acesso a esse verdadeiro rio de negócios rumo ao Mercosul.

Pólo de Integração

Jaú sedia indústria de pequeno, médio e grande porte, e do total de sua população, 50% corresponde à força de trabalho economicamente ativa. O Poder Público, por sua vez desenvolve consideráveis esforços no sentido de preparar a população para uma rápida e proveitosa inserção ao macrodesenvolvimento que a região desfrutará em breve, com a intensificação das operações da Hidrovia e o desenvolvimento do intercâmbio comercial com o Mercosul.

Através da Hidrovia Tietê-Paraná Jaú assegura excelentes condições de navegabilidade sendo um portal para o Mercosul, facilitando assim a implantação de terminais e de atracação de comboios.

No transporte rodoviário, Jaú oferece ainda uma excelente malha viária - municipal e estadual - que garante transporte fácil, rápido e seguro de e, para Jaú, principalmente para a cana de açúcar e o calçado, principais produtos do Município. A rodovia SP-225, numa extensão de 150km, ligando a rodovia Washington Luis à Bauru, passando por Jaú, já está terceirizada. Na área ferroviária, Jaú é servido pela FERROBAM.

Exatamente por esse entroncamento entre a ferrovia, a rodovia e hidrovia, Jaú é a única, dentre todas as regiões do Estado, que garante a intermodalidade no transporte.

Foi percebendo as grandes potencialidades de investimentos nesta área, com o início da operação comercial da Hidrovia, que um grupo de empresário se uniu para aproveitar o momento histórico do desenvolvimento do interior paulista. Com o apoio técnico da CESP - Centrais Elétricas de São Paulo -, Diretoria de Hidrovias, Divisão de Fomento, e o apoio político e institucional do Poder Público de Jaú, foi fundada a COOPROEST - Cooperativa da Região Centro-Oeste Paulista com a finalidade de fomentar e dar todo o apoio técnico, político e institucional para a exploração consciente e ordenada das margens da hidrovia e de toda a sua área de influência.

A COOPROEST, com sede no Município de Jaú e com grande potencial empreendedor e catalizador, orgaliza e elabora projetos que contemplam todos os requisitos necessários para uma exploração consciente do ponto de vista econômico, social e ecológico. Como primeiro resultado, surge o PÓLO DE INTEGRAÇÃO JAÚ, um pólo industrial às margens da hidrovia, no Município de Jaú, num trecho compreendido entre a SP-225 e o ramal Bauru-Itirapina da antiga FEPASA, hoje já privatizada, nas margens do reservatório de Bariri, ocupa uma extensão em torno de 5 km de frente para a hidrovia, e uma largura média de 2 km. Sua localização geográfica privilegiada, exatamente no centro do Estado, em uma região servida por malha viária, ferroviária e hidroviária, que liga o Município às principais regiões do País e da América Latina, e com todos os requisitos necessários para dar condições ideais para aqueles que vierem nele investir.

Recursos Humanos

Não há o que falar em desenvolvimento sem primeiro se pensar no fator humano. Isto é claro para Jaú.

Formar recursos humanos qualificados em diversas áreas não só é possível como é realidade em Jaú. Aqui se dispõe de ensino de excelente qualidade desde a formação primária até a universidade, passando por uma consistente formação técnica.

Nossas escolas técnicas de informática, mecânica, eletrotécnica, nutrição, entre outras movimentam, diariamente, caravanas de ônibus escolares oriundos das localidades mais diversas, como: Bauru, Barra Bonita, Botucatu, São Carlos.

Jaú conta com um campus da FATEC - Faculdade de Tecnologia, mantido pelo CEETEPS - Centro Estadual de Educação Tecnologia Paula Souza, órgão do Governo do Estado, vinculado à UNESP - Universidade Estadual Paulista, que Ministra cursos superiores de tecnologia em Informática nas Gestões: Financeira e da Produção Industrial, e é a única Faculdade da América Latina a oferecer o curso de Construção e Manutenção, Operação e Administração de Sistemas de Navegação Fluvial . Ambos os cursos foram concebidos e desenvolvidos para atender segmentos emergentes do mercado atual, com uma constante evolução tecnológica e são totalmente gratuitos. Na FATEC desenvolvem-se projetos completos como o "sub-dirigível" "Bicho d’Água". Este aparato foi desenvolvido totalmente pelos alunos e professores da Faculdade e é otimizado para realizar inspeções em edificações submersas de rios e lagos.

Jaú conta também com faculdades de Geografia, Administração, Contábeis, Pedagogia, História, Letras e Enfermagem, destaca-se a Faculdade de Direito de Jaú.