Cárcere (à memória de O. Wilde)

Nobre cavaleiro das palavras,

Resista àquilo que o destrói!

Aqui fora, tua armadura de prata te espera

Junto com a tua pena e o papel.

Mesmo que os teus súditos tenham te abandonado,

Ainda tens quem o ama de verdade.

Por amor foste condenado, e por amor viverás,

Pois amor é o único que podes sentir.

Sofre, chora, grita, agoniza, pensa, morre um pouco

E aprende com os erros que não cometeste.

Não prejudicaste a ninguém senão a ti mesmo,

E o “amor que não se ousa dizer o nome” agora foge.

Faz poesia, nobre cavaleiro, porque precisamos

Das tuas palavras para nos tornar mais humanos!

Mesmo que tenhas perdido tudo o que conquistaste,

Ainda tens o escudo e a espada.

Faz deles um recomeço!

Virgínia Vizine
Enviado por Virgínia Vizine em 27/05/2007
Reeditado em 07/05/2009
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