Cárcere (à memória de O. Wilde)
Nobre cavaleiro das palavras,
Resista àquilo que o destrói!
Aqui fora, tua armadura de prata te espera
Junto com a tua pena e o papel.
Mesmo que os teus súditos tenham te abandonado,
Ainda tens quem o ama de verdade.
Por amor foste condenado, e por amor viverás,
Pois amor é o único que podes sentir.
Sofre, chora, grita, agoniza, pensa, morre um pouco
E aprende com os erros que não cometeste.
Não prejudicaste a ninguém senão a ti mesmo,
E o “amor que não se ousa dizer o nome” agora foge.
Faz poesia, nobre cavaleiro, porque precisamos
Das tuas palavras para nos tornar mais humanos!
Mesmo que tenhas perdido tudo o que conquistaste,
Ainda tens o escudo e a espada.
Faz deles um recomeço!