De onde que vem tanta inspiração?

Eu não canso de me perguntar de onde um poeta repentista tira tanta inspiração, é muito impressionante.

Tem gente que diz que não gosta de cantoria, que cantoria é coisa pro velho, mas eu não sou velha e adoro cantoria. Na verdade eu acho que eles não entendem, por isso que não gostam.

É muito lindo quando você vai a uma cantoria, e encontra lá dois poetas cantando canções apaixonadas, tristes, alegres, e o melhor, os ver improvisando, cantando desafios, sextilhas, galopes, cordéis. Se for preciso eles tiram a noite toda cantando improviso, basta passar ali na frente deles um gato, por exemplo, para eles cantarem horas falando só daquele gato. De onde é que vem tanta inspiração?

Aí ficam os dois sentados, vai uma pessoa lá e pede um estilo, um mote, por exemplo, (Tudo o que eu mais queria, era ter você pra mim). Nesse estilo eles fazem várias estrofes, cada qual a mais linda, improvisando, tudo feito na hora, repente puro, não entendo como alguém pode não gostar de cantoria.

Por isso deixo a minha homenagem a todos os poetas repentistas do mundo.

Admiro ver um poeta cantando

Lindas canções mote e improviso

Tudo vem tirado do seu juízo

E eu fico somente imaginado

Será que nossa mente vem dando

Para todas essa grande alegria

De rimar de fazer uma cantoria

Mas fico triste como outros também

E há poetas cantando muito bem

Eu não canto, mas amo a poesia.

Parabéns poetas repentistas

Vocês estão em primeiro lugar

Continuem sempre a improvisar

Pois vocês são grandes artistas

Cancioneiros e grandes cordelistas

Em seus versos tem paz e harmonia

E quem não canta curte só a magia

Poeta é quem improvisa e mais ninguém

E há poetas cantando muito bem

Eu não canto, mas amo a poesia.

Quero agora em versos citar os nomes de alguns deles.

Admiro demais Sebastiao

Antônio França Cardoso e Moacir

Louro Branco um Daldete e um Valdir

Ivanildo que é sempre um campeão

Os Nonatos com muita inspiração

Ainda temos Geraldo e Zé Maria

Um saudoso Elizeu Ventania

Que morreu, mas seu nome o mundo tem.

E há poetas cantando muito bem

Eu não canto mais amo a poesia

Admiro um Severino Ferreira

Disputando com Sebastião Dias

Otacílio Benoni e Zé Matias

Lourival que assume essa bandeira

João Furiba outro vate de primeira

Cantador que o Brasil sempre confia

E outros mais que me enchem de alegria

Vão levando essa fama a muito além

E há poetas cantando muito bem

Eu não canto mais amo a poesia.

Juciana Miguel
Enviado por Juciana Miguel em 13/12/2014
Código do texto: T5068440
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.