Meu pai

Ao meu pai, Edgard, in memoriam, com amor e saudade, em 30 de maio, dia de sua Grande Iniciação.

Perdia-se nos bosques do espírito.

A cabeça erguida, para sempre ver além

da inexorabilidade do destino.

Eregido à dimensão de anjo

por meu céu interno,

trazia-me rosas

e provisões de inverno

para a herança das chuvas,

sem jamais mostrar-me os espinhos,

por puro livre arbítrio.

Hoje,

dos longes me volta teu rosto.

Esta luz sobre meus vales escuros,

estas feições

sobre meus traços insólitos,

olhando com amor

todos os meandros de minha alma,

e minha atônita fartura de saudade.

Respiro tuas veias,

nesta sincronicidade de matéria

nesta unidade de alma:

margens de um amor

que corre para a eternidade.

(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 30/05/2007
Reeditado em 09/01/2009
Código do texto: T507370
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