GERALDA AMÉLIA -eterna saudade

GERALDA AMÉLIA

Ela chegou por alguém dirigida,

Um parente lhe dava um "empurrão"

lhe conseguindo o primeiro emprego.

Humilde se apresentou e se postou,

não dizia sim sim nem não não,

sua face era a timidez da protegida.

Calada ficou e trabalhava,

mas em sua cara estampava

enigmático e perene sorriso.

Não disfarçava seu ar ingênuo,

só trabalhava, trabalhava...

o tempo sempre lhe sobrava.

Sua timidez não a aprovou,

no ambiente de expansividade

mas seu hábito não se alterou.

trabalhava, trabalhava...

Calada e simples continuou,

jamais se queixou.

Um colega dela se aproximou,

a submissa ente dele angariou

intensa e ardorosa admiração.

Ela manteve o seu ar simples

e só trabalhava, trabalhava...

e assim Amélia o apaixonou.

Não era a "Mulher de Verdade",

ela era de verdade uma mulher

fadada para formar um lar.

Uma "rainha" a desabrochar,

como esposa e mãe amorosa,

alma inundada de afabilidade.

Mulher e esposa de verdade,

Amélia era toda sinceridade

espírito de amor e carícia.

Sinto a ausência do seu calor,

lábios sensuais, sabor de mel,

criatura emoldurada pela bondade.

Convivemos por meio século

colhendo frutos do amor,

cumprindo as promessas,

na alegria ou na tristeza,

felizes sempre estivemos

sob a proteção do Senhor.

Ela não era broto de bela flor

mas o plantei no meu jardim.

Era a rosa do amor, da esperança,

ela ilumina minha lembrança,

meu coração dela não se ausenta,

a dor da saudade mora em mim,

Geralda é minha alma gêmea.

A sua repentina partida

não a separou de mim,

lota meu coração de saudade,

com o espírito da bondade,

no meu coração tem guarida.

Partiu da maneira que chegou,

dos deveres não se descuidou,

lembrou dos filhos ao se despedir,

ao marido deu o último adeus.

Geralda Amélia não faleceu,

ela ao lar eterno retornou

convidada pelo Salvador.

Iran Di Valencia
Enviado por Iran Di Valencia em 12/06/2007
Reeditado em 15/06/2007
Código do texto: T523292