HOMENAGEM À TERRA DE JOSÉ DE ALENCAR

Na terra de Alencar hei de armar minha rede,

Receber a brisa do mar, a mesma que beijou

Os lábios de Iracema, Cecy & Pery.

Lendo Juvenal Galeno, nas encostas da

Serra do Baturité, Pacatuba, o berço.

Com um pouco da força do Dragão do Mar,

Na simplicidade de Patativa do Assaré;

Não troco a minha amada por nenhuma outra.

Inspirando-me na bondade do Bezerra de Menezes,

Vou contar os meus dias quando eu estiver lá.

Nas noites de lua, os meus convidados serão

O Cego Aderaldo, Zé Pretinho e Companhia.

Da mulher rendeira, quero a colcha mais linda,

Bordada por entre as coxas, com espinhos do Mandacaru.

Será a minha eterna Redenção, livre para sempre.

Ouvindo "O Guarani", a alma do meu povo, encenada por

Carlos Gomes, o meu motivo para amar e sonhar.

Que não demore a Jangada singrar os mares,

Para levar-me ao alto mar, além da risca,

Longe da fumaça das terras onde fui estranho,

Exilado dentro do meu próprio país.

Ainda vou dançar com os Tremembés;

Entender a magia e o encanto das praias de Almofala.

Ainda que a seca me castigue,

No berço onde nasci, serei feliz, na certeza de que

Um rio (o saudoso e sepultado Pageú),

Há de me acolher nas tardes quentes e festivas,

Quando eu estiver sentado nos bancos

Da Praça Mário Gomes Ferreira (O Poeta-andarilho);

Degustando direto de um alambique primitivo,

A pura cachaça do Maranguape, batizada com água de coco;

Solo fértil o qual nos deu Capistrano de Abreu,

Guardião da nossa história, sem lendas, sem farsa,

sem parcialidade.

Salve, salve, Fortaleza, cidade luz!

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 06/05/2015
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