HOMENAGEM À TERRA DE JOSÉ DE ALENCAR
Na terra de Alencar hei de armar minha rede,
Receber a brisa do mar, a mesma que beijou
Os lábios de Iracema, Cecy & Pery.
Lendo Juvenal Galeno, nas encostas da
Serra do Baturité, Pacatuba, o berço.
Com um pouco da força do Dragão do Mar,
Na simplicidade de Patativa do Assaré;
Não troco a minha amada por nenhuma outra.
Inspirando-me na bondade do Bezerra de Menezes,
Vou contar os meus dias quando eu estiver lá.
Nas noites de lua, os meus convidados serão
O Cego Aderaldo, Zé Pretinho e Companhia.
Da mulher rendeira, quero a colcha mais linda,
Bordada por entre as coxas, com espinhos do Mandacaru.
Será a minha eterna Redenção, livre para sempre.
Ouvindo "O Guarani", a alma do meu povo, encenada por
Carlos Gomes, o meu motivo para amar e sonhar.
Que não demore a Jangada singrar os mares,
Para levar-me ao alto mar, além da risca,
Longe da fumaça das terras onde fui estranho,
Exilado dentro do meu próprio país.
Ainda vou dançar com os Tremembés;
Entender a magia e o encanto das praias de Almofala.
Ainda que a seca me castigue,
No berço onde nasci, serei feliz, na certeza de que
Um rio (o saudoso e sepultado Pageú),
Há de me acolher nas tardes quentes e festivas,
Quando eu estiver sentado nos bancos
Da Praça Mário Gomes Ferreira (O Poeta-andarilho);
Degustando direto de um alambique primitivo,
A pura cachaça do Maranguape, batizada com água de coco;
Solo fértil o qual nos deu Capistrano de Abreu,
Guardião da nossa história, sem lendas, sem farsa,
sem parcialidade.
Salve, salve, Fortaleza, cidade luz!