A PRIMEIRA PROFESSORA

Falta ainda um ano para eu receber o título, mas faço minhas celebrações a cada final de semestre, porque me vejo uma vencedora de batalhas diárias, cada dia mais perto de alcançar a linha de chegada.

Estou exausta! Mas já posso respirar melhor. Vislumbro mais tempo com minhas filhas, Marina e Gabriela, para jogar conversa fora, ver filmes, cuidar da casa, dá um pulinho em Uruburetama, em Flecheiras, nossos cantinhos aqui no Ceará. Vislumbro também as leituras atrasadas e as horas vagas sem nenhum compromisso.

É mais um semestre da minha graduação se encerrando. Alívio total! Oito semestres concluídos. E eu não podia deixar de dedicar esse momento a ela, minha base, minha força, a pessoa responsável pela criatura que eu me tornei. A mulher que me motivou a ganhar o mundo: a primeira professora!

Sua formação não era a da escola, mas a adquirida com a experiência, aquela que se aprende no cotidiano, nas vivências, em meio aos infortúnios e incertezas. Mas era dotada de uma sabedoria que ninguém mais possui. Invejável! Nunca encontrei alguém que ao menos se parecesse com ela.

Nesse meu mais recente projeto - ser professora -, a sua presença me acompanha a todo o momento. Estamos em sintonia, posso senti-la. Ela é a força a me encorajar quando penso em dar uma parada. Por isso eu sigo, embora cansada. Não sou mulher de desistir. Posso até fraquejar, mas desistir, nem pensar!

Quero ser motivo de orgulho para ela, minha mãe, que do céu me assiste em minhas lutas.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 19/06/2015
Reeditado em 19/06/2015
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