Amazoneiro
O tempo passou e muitas lembranças
Folguedos de um tempo que não volta mais,
Nós éramos ainda pequenas crianças
Cheias de travessuras até nas catedrais.
Bem me lembro deste tempo feliz,
Não sei precisar se a década era setenta,
O primeiro beijo atrás da igreja da Matriz
E os banhos no Igarapé do quarenta.
Hoje crescida, cheia de tantos prédios...
Não perdestes o teu encanto e mais e tanto,
Em beleza figurante a escadaria dos remédios,
Ali no coração do alto do Educandos.
Eu descia a Rua Luiz Antony, por dentro do Céu.
Sim, o bairro do céu, Beco José Casemiro,
Ia até a Aparecida rezar uma novena, mamãe de véu.
O velho cinema Ipiranga, Só de lembrar eu suspiro.
A velha Timboca, seu Bôboca lendário,
Futebol aos domingos no colégio militar,
Missa no Dom Bosco, São José Operário.
Praça da Saudade, teatro Amazonas, rádio Rio Mar.
Bairro da Raiz, Planeta dos macacos, hoje Redenção,
Boi bumbá na bola da Suframa, hoje em Parintins,
Carnaval era na Eduardo Gomes, IEA, quanta recordação.
Lembranças daquele rio que ainda guardo em mim.
A ponte da Sete, ficou linda revitalizada,
A zona boêmia, quem te viu Itamaracá.
O cinema Guarany, tarde quente, sorvetada.
A praia da Ponta Negra e um tal Bacará.
Antiga Manaus era o meu mundo
Santo Antônio veio ficar perto da Glória
Porque tinha ciúmes de São Raimundo
Putateba, eita! Cidade que tem história.
Feira da Panair, meu jaraqui primeiro.
Mingau de banana, cocada e o cascalheiro.
Pirão com tambaqui, debaixo do cajueiro.
Hoje, longe de ti, eu sou um Amazoneiro.