(Rio Doce. Fonte: Google)
Lira Itabirana
I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
Lira Itabirana
I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
O poeta Carlos Drummond de Andrade, em sua "Lira Itabirana", em 1984, parece que antevê o atrito entre o Rio Doce e as mineradoras que o exploraram desde sempre. Um poema que parece ter sido escrito nos dias de hoje numa homenagem póstuma, ao rio e às vitimas dessa ganância desenfreada.