A trágica morte dos Mamonas Assassinas vai completar vinte anos.
Em 2 de março de 1996 um voo infeliz calou uma banda fantástica.
 
Assistimos a Record sondando os passos amorosos do vocalista Dinho, tentando, custe o que custar, aumentar sua diminuta audiência.
A emissora sensacionalista buscou despertar a atenção lançando uma tola reportagem travestida de seriedade.
Nesse caso os Geraldos perdem tempo. Eles poderiam deitar ou sumir, pois os fãs de Dinho e seus adoráveis companheiros não querem saber quem é a princesa do castelo mágico nem estão pesquisando bobagens.
 
Por favor, respeitem a saudade que vem nos abraçar!
Nós desejamos chorar a partida da alegria, juventude e esperança.
Houve, após os Mamonas, grupo mais alegre, tão contagiante e sedutor?
A enorme energia juvenil irradiava euforia, dava vontade de repetir as letras criativas demais, repletas da loucura que tanto precisa invadir o planeta, inspirando os malucos-beleza citados por Raulzito.
Tudo isso trazia a esperança de dias melhores. Valia a pena acreditar que as amarguras passariam, o momento apenas sugeria escutá-los, sacudir o corpo e curtir a existência.
 
Eles partiram, talvez explicando que a felicidade não é uma conquista fácil. O destino, sutil e misterioso, parece propor uma busca.
Chegou a hora de rever valores, parar, desfazer a pressa, meditar e orar.
Encontraremos o instante precioso no qual cresce o desafio instigando construir um porvir menos inquieto, deletando as tristezas, cessando os medos, deixando fluir a inocência contida.
 
Nessa autodescoberta perceberemos a suavidade das coisas, sorriremos, teremos compreendido a simples lição, nós ousaremos amar, os sonhos ganharão vida, as pessoas arriscarão festejar.
Eles muito arriscaram e ousaram.
 
Obrigado, Mamonas Assassinas!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 01/03/2016
Reeditado em 01/03/2016
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