Para o meu querido cão, Bebê
Durante toda a minha infância, tentei convencer a minha mãe a adotar um cachorro de diversas formas. O meu sonho era mesmo ter um cãozinho, para que eu pudesse dar assistência e, sobretudo, cativá-lo. Exatamente, como explica a raposa no livro “O Pequeno Príncipe”: cativar significa criar laços. Pude apreender, depois de muito tempo, o porquê da minha mãe, nunca, ter deixado eu ficar com um daqueles cachorros. Terei de reduzir ao famoso "simplesmente, não era para ser", até porque, de fato, as coisas não estavam planejadas para tomarem este rumo. Percebi que cada um que havia pego era, para mim, senão um cão, inteiramente, igual a cem mil outros cães. Eu não tinha, verdadeiramente, necessidade de nenhum deles. E nem eles tinham necessidade de mim, porém de outros lares e famílias.
Mas, assim que cheguei à casa da minha avó, a fim de conhecer um cachorrinho, o qual havia resgatado da rua, eu fui cativada. A partir daquele momento, passamos a ter necessidade um do outro. Ele estava deitado, todo encolhido no tapete, dormindo feito um anjinho. Quando o vi abrir os seus olhos, era como se já tivéssemos uma forte conexão, advinda de outras vidas. Este mesmo cachorrinho era para ser da minha avó, mas com todas as atribulações armadas, propositalmente, pelo destino ele foi parar na minha casa, lugar de onde nunca mais saiu.
Sempre, existiram o instante certo e o cachorro ideal, seu nome é Bebê. Eles tinham chegado e, desde então, eu fui mais feliz. Se eu tenho alguma espécie de ressentimento pelas negações, quando criança? Nenhuma. Eu sei que era para acontecer desse jeitinho. Não existe um ser mais especial e tão "nós", senão meu Bebezinho. Ele é mais que um integrante da família, é o meu lado afetuoso, genuíno, o amor em si, toda essa completude de benquerença que estava ausente na minha pessoa.
Grata. Eternamente, agradecida por ele fazer parte da minha vida. Bebê será, para mim, o único no mundo. E eu serei, para ele, a única no mundo.